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Palestrante afirma que 94% das obras atrasadas no país se devem a erros que poderiam ser previstos

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Os caminhos para elevar a qualidade de obras públicas em rodovias foram discutido durante o "I Fórum Qualidade em Foco" que reuniu cerca de 400 participantes entre os dias 5 e 6/11, no auditório da Escola Superior de Contas do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT). Com profissionais de renome, representantes dos setores público e privado, além das organizações de fiscalização e controle componentes da Rede e membros do legislativo, o encontro foi promovido pela Rede de Controle da Gestão Pública do Estado, com apoio do governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Logística.

De acordo com o representante do TCE junto à Rede, conselheiro substituto Moisés Maciel, “os debates foram de grande qualidade e tenho certeza que este evento terá um impacto positivo na vida profissional de cada participante. O Estado faz obras por meio dos empresários e as empresas precisam corresponder à altura do que a sociedade precisa e merece”.

Esta manhã, o presidente do Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Paulo Roberto Vilela iniciou sua palestra questionando o público: “Estamos satisfeitos com o estágio atual do andamento das obras públicas?”. Isso porque de acordo com o palestrante dados nacionais dão conta que 94% com Cronograma Físico Atrasado, com mais de 3.500 obras paralisadas sendo ao menos R$ 35 bilhões desperdiçados.

As causas do problema, para o palestrante, estão em todas as fases desde o edital até o projeto é que uma das etapas fundamentais. “É preciso dar atenção ao planejamento, pois o grande número de obras atrasadas poderia ser reduzido evitando os erros na hora de planejar e elaborar os projetos”, explica. A margem de erro das obras pode é, me média de 5% no projeto executivo, 10% no projeto básico, de 25% a 30% na ausência de previsões para viabilidade técnica e 35% relacionados à ordem de grandeza. “Os números mostram que há desconhecimento dos profissionais de órgãos públicos e privados em relação à área de Engenharia de Custos. Hoje o padrão adotado pelo governo está completamente fora da realidade, pois os sistemas referenciais são inadequados e não há regras de cálculo da estimativa falhas”, afirmou Vilela.

A  Engenharia de Custos é o ramo da engenharia que estuda os métodos de projeção, apropriação e controle dos recursos monetários necessários à realização dos serviços que constituem uma obra ou projeto, de acordo com um plano de execução previamente estabelecido.

Quanto às obras rodoviárias especificamente, a professora da Universidade Federal Fluminense, Ângela Marques, contou que entre os problemas identificados em suas pesquisas foram elencados os seguintes: não são atendidas as exigências técnicas, tanto da capacidade de suporte das camadas do pavimento, como da qualidade dos materiais empregados no revestimento, existem falhas na construção e isso leva a um processo de deformação mais acelerado. Há ainda falhas na manutenção periódica, o que é um requisito imprescindível para a existência de um bom pavimento.

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