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Paciente denuncia suposto erro médico em procedimento cirúrgico no Nortão

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A vendedora autônoma Luciana dos Santos Barbosa Lima disse, em entrevista, ao Só Notícias, que registrou um boletim de ocorrência na delegacia de Polícia Civil e denunciou no Ministério Público Estadual o erro de um médico que fez uma cirurgia para retirada do útero dela, no hospital municipal, em Tapurah (267 quilômetros de Sinop). A paciente contou que teria procurado novamente o profissional para reclamar de problemas, mas ele alegou que estava tudo normal.

“Eu fiz uma cirurgia no mês de agosto do ano passado. Passei por todo os exames, foi identificado que estava com um mioma e precisava retirar o útero, mas incialmente não pude fazer esse procedimento porque tenho problemas cardíacos. Fiz outros exames com um cardiologista que me encaminhou para fazer a cirurgia em Sorriso. Porém, durante uma consulta com o médio aqui em Tapurah, ele se propôs a fazer no hospital municipal. Estava com muito medo de morrer e topei fazer o procedimento. Passei quatro dias internada no hospital esperando chegar uma anestesia especial. Fiz a cirurgia e depois disso ficou saindo muito líquido. Ele dizia que era normal e depois do sexto mês iria normalizar, mas continuou saindo”.

Luciana explicou que voltou a procurar o médico e pediu para fazer um exame mais detalhado para identificar o que estava ocorrendo com a cirurgia dela. “Queria saber porque estava saindo aquela secreção. Entrei na sala e expliquei que a situação estava da mesma forma. Ele resolveu me mandar direto para sala novamente. Não fez nenhum pedido de encaminhado para a secretaria de Saúde. Na sala, ele fez uma transvaginal, não se convenceu e disse que um ponto da cirurgia havia inflamado. Me informou que não precisava me preocupar e em 15 minutos resolveria a situação retirando o ponto por baixo. Como tinha que pagar umas contas na rua voltei por volta das 9h ao hospital. Na hora que entrei as enfermeiras já começaram a tirar sangue do meu braço e me colocaram um soro. Questionei o procedimento, mas alegaram que era normal". 

A vendedora contou que tomou um remédio, dormiu e acordou novamente operada sem o consentimento dela. “Me deram um comprimido e disseram que era um calmante. No entanto, me recordo que dormi rapidamente e acordei com elas (enfermeiras) me chamando para ir para sala de cirurgia. Encontrei o médio no corredor e pedi para ele que não queria ser cortada novamente. Me tranquilizou, me confortou e disse que iria dar tudo certo. Quando me deitei a enfermeira começou a passar um gel na minha barriga, mas questionei porque o procedimento era pela vagina sem cortes. Novamente apontei para o médico que sou cardíaca e não podia usar anestesia comum. Mesmo assim, me aplicaram um soro. Quando acordei já estava toda cortada em uma cama em outro quarto. O médico disse que havia ficado com dúvidas da primeira cirurgia e, por isso, resolveu me abrir novamente para verificar o que havia ocorrido. Como não encontrou nada, novamente fechou os pontos. Até hoje, não sei o que foi encontrado dentro do meu corpo. Isso me deixou extremamente revoltada. Já chorei muito".

Outro lado
Procurado por Só Notícias, o secretário de Saúde de Tapurah, Marcos Antônio, disse que determinou o cancelamento de cirurgias no hospital. “Nós estamos levantando a situação. Com alguns casos semelhantes que apareceram determinamos a suspenção por 30 dias das cirurgias. Temos conhecimento de outros casos suspeitos e estamos tomando todas as providências. O médico ainda não foi afastado e continua fazendo apenas consultas clínicas".

De acordo informações do Conselho Regional de Medicina, o médico não possui nenhuma condenação pública e tem especialidade em ortopedia e traumatologia RQE. Além disso, está com inscrição ativa nos estados de Goiás e em São Paulo.

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