Trabalhadores que atuam na obra do Centro de Treinamento Barra do Pari, em Várzea Grande, paralisaram as atividades, hoje, em protesto contra cortes salariais. Além disso, reclamam de desvio de função, um dia após a morte do montador Muhammed Ali Afonso, 32 anos, na Arena Pantanal, que exercia a função de eletricista. Ele montava um quadro elétrico no setor Leste do estádio quando recebeu a descarga de 220 volts.
O COT do Pari e o da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) são construídos para receberem atletas das seleções que disputarão os jogos da Copa do Mundo, no próximo mês, na capital. Porém, as obras estão atrasadas e não devem ficar prontas até o mundial.
De acordo com o pintor Oséas José Alves de Souza mais de 100 operários trabalham na obra e paralisaram os serviços. Ele alega que o corte salarial ocorreu neste mês com diferença de mais de R$ 1 mil no salário. “Isso ocorreu depois que mudaram o engenheiro responsável”.
Ainda segundo o pintor, os trabalhadores são coagidos a exercerem outras funções, não especificamente as que foram contratados, e realizam os trabalhos, pois temem a demissão. “Eu sou pintor, mas já exerci a função de servente e já desmontei andaime, e têm muitos outros que estão em trabalhos que não lhes cabem”.
O pintor disse também que já procuraram a diretoria da empresa responsável pela obra, porém, nada foi proposto para solucionar os problemas. O Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM) também foi comunicado.
A reportagem tentou entrar em contato com a Engeglobal, porém, não obteve êxito até a publicação da matéria. A assessoria da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) também foi procurada, mas não se manifestou.