Registros de boletins de ocorrência em Mato Grosso motivados por homofobia aumentaram 39,47% em 2017 se comparado ao ano anterior. No ano passado foram 114 casos registrados e 2016 fechou com 69. Ou seja, 45 a mais no comparativo. Os dados são do Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia (GECCH), que faz parte da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
A quantidade de registro tem aumentado ano a ano. Em 2011, foram 15 boletins registrados com a motivação homofobia, em 2012 passou para 22 e no ano seguinte subiu para 40. Em 2014 os números caíram, registrando 21 ocorrências, mas em 2015 voltou a subir, fechando em 45. Em janeiro e fevereiro deste ano foram 10 e sete registros, respectivamente.
Segundo o secretário do GECCH, major PM Ricardo Bueno, o aumento no número pode estar relacionado a vários motivos, como o maior acesso a informação dos direitos garantidos ao público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) e o fato da vítima se sentir mais segura em procurar a polícia.
No ano passado foram registrados em Mato Grosso 14 homicídios motivados por homofobia. Sete autores desses crimes foram identificados e presos pelas polícias Militar e Civil.
Entre os sete acusados de homicídios contra LGBT’s está o acusado, de 28 anos. Ele foi preso em outubro de 2017, no bairro Osmar Cabral, em Cuiabá, acusado de matar atropelada a travesti Natália Pimentel, 22 anos. Ele que respondia pelo crime em liberdade, morreu por causas naturais.
De 2016 para 2017 o número de homicídios contra o público LGBT em Mato Grosso aumentou em 50%. Ano passado foram 14 mortes motivadas por homofobia e 2016 registrou sete. Os dados são do GECCH.
Em 2011 foram registrados nove assassinatos por motivação homofóbica, no ano seguinte foram oito, em 2013 subiu para 11, o ano de 2014 fechou com 10 casos e em 2015 foram sete.
Em Mato Grosso, desde 2009, os boletins de ocorrências registrados contam com a motivação homofobia. Em 2010 foi incluído o campo para nome social de travestis e transexuais e em 2016 passou a ter a orientação sexual. O secretário do GECCH, major PM Ricardo Bueno, ressalta que a inserção colabora com a investigação policial.
Com o boletim de ocorrência devidamente preenchido, o Grupo Estadual de Combate a Crimes de Homofobia pode atuar de forma integrada e sistêmica, materializando os índices de criminalidade referentes à população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
A Sesp, por meio do Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia, entra em contato com a pessoa que se identifica durante a ocorrência como homossexual para saber se ela tem interesse em responder a um questionário com quatro perguntas e um campo para sugestões.
Caso seja autorizado, o questionário é enviado por e-mail e pode ser respondido de forma anônima. O objetivo do formulário é identificar possíveis equívocos cometidos durante o atendimento prestado e assim, orientar o servidor para que melhore a conduta, além de servir como parâmetro para intensificar as capacitações nas instituições.
“A ideia é sensibilizar, cada vez mais, os servidores para prestar o melhor atendimento a todos os cidadãos que buscam a Segurança Pública de Mato Grosso”, completou o major PM Bueno, por meio da assessoria.