Aumentou em 242% o número de reclamações sobre a conta de energia elértrica na Superintendência de Defesa do Consumidor de Mato Grosso (Procon-MT), em um comparativo dos seis primeiros meses deste ano com o mesmo período de 2014. Apontado como um dos principais vilões da inflação, o valor das tarifas de luz pode sofrer uma variação de 43,3% em 2015. De acordo com o levantamento, do dia 1º de janeiro até o dia 23 deste mês, o Procon recebeu um total de 2.289 reclamações contra 669 ocorrências no ano passado.
O reajuste da conta de luz atingiu diretamente usuários da Capital. A administradora Cristiane Seiko disse que a tarifa de R$ 1,1 mil que pagava em sua loja de decorações, subiu para R$ 1,8 mil, o que resultou em aperto nos gastos. "É complicado pessoas jurídicas economizarem na conta de energia. Tentamos economizar no ar condicionado, mas como é que vamos desligar o aparelho na loja que recebe clientes, que tem circulação de pessoas direto e tudo mais? Fica complicado", disse.
Mesmo com o aumento de mais de 60% na conta de luz, Cristiane não optou em fazer a reclamação pelo Procon, por entender que se trata de aumento de impostos e que o país passa por uma crise. Diferente de Adalberto Lima, de 68 anos. Aposentado, ele disse que o aumento da conta de luz de sua casa foi absurdo, e que não pensou duas vezes em denunciar. "Antes eu pagava R$ 800 e agora pago mais de R$ 1 mil. Isso porque tive que economizar, como desligar aparelhos, deixar de usar o ar condicionado em dias frescos e controlar a risca a energia. Eu tenho que pagar um monte de conta, por isso não aceitei e fui ao Procon".
Mesmo com a alta da energia, usuários de Mato Grosso continuam com o pagamento das contas em dia. Segundo a Energisa, empresa responsável pela distribuição de energia no Estado, a arrecadação média mensal chega em torno de 98%. Número considerado dentro dos parâmetros.
Por meio de assessoria, a empresa observou que pelo fato da distribuição de energia ser cortada, caso o boleto não seja pago dentro do prazo estipulado, as pessoas optam por manter as contas em dia. Os dados também apontaram 'normalidade' na hora de economizar.
No mês de maio, de acordo com o levantamento da Energisa, houve uma pequena redução no consumo residencial no Estado, de 4,5%. "Mas essa variação está dentro da média dos últimos meses, então ainda é prematuro dizer que se trata de economia".
Diferente da última previsão, que constatava um reajuste de 41% , o Banco Central informou no último dia 24 que a energia elétrica deve ter um reajuste de 43,4% só neste ano, por meio do relatório de inflação do segundo trimestre deste ano.