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Nova Mutum: crianças portuguesas ficavam sem comer como forma de castigo

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Os 3 meninos portugueses encontrados no assentamento a 150 km de Nova Mutum denunciaram para o Conselho Tutelar do município que sofriam maus-tratos nas mãos de Joelma Alexandra Guerra, que estava responsável por eles há 4 meses. Segundo a conselheira Lucilene Carvalho Souza, os meninos contaram que, para castigá-los, Joelma deixava eles passarem fome. Também teria agredido o menino mais novo, de 10 anos, com chineladas no rosto. Joelma prestou apenas um depoimento à Justiça após as crianças terem sido retiradas do local e saiu da cidade, sem deixar endereço.

Antes de descobrir a origem dos meninos e tomar conhecimento de como eles vieram parar no Brasil, o Ministério Público e Justiça suspeitavam da possibilidade de rapto ou sequestro.

Em depoimento, conforme a conselheira, a mãe adotiva, Maria José, disse ter ficado decepcionada com Joelma, ao saber que ela deixou a cidade após o fato. Para Maria José, Joelma disse que se ausentaria da cidade por motivo de doença na família.

Ela contou que considerava a ex-empregada uma pessoa de extrema confiança, pois já havia trabalhado para ela por 1 ano. Mas admitiu que enquanto esteve em Portugal, pouco falou com Joelma ou com os filhos, por conta da dificuldade de comunicação na região.

Contou ainda que veio para o Brasil pensando em arrumar um emprego e morar por aqui, mas decidiu retornar para Portugal sem as crianças porque estava vivendo uma crise no casamento e buscava a reconciliação com o marido, que segundo a polícia tem uma condição econômica estável.

Na avaliação da conselheira Lucilene, esse foi o caso de maior repercussão atendido pelo conselho durante o seu período de existência. Ela disse também que está satisfeita com o desfecho do caso, porque as crianças voltaram para Portugal e vão ficar em segurança, sob a custódia do governo, enquanto os pais respondem por crime de abandono de incapaz.

Sobre a denúncia anônima, Lucilene explica que ela é indispensável, porque as conselheiras não podem estar dentro dos lares das pessoas, mas que quando algo acontece de estranho em uma residência, um vizinho pode perceber e denunciar, evitando muitas tragédias.

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Nova Mutum: crianças voltarão para Portugal e rapto é descartado

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