Rogério Pessoa Freire, Joab da Silva Pontes e Jiovani da Silma Lima, que estão presos em Sinop, ainda não apresentaram defesas sobre as acusações de envolvimento direto nas mortes do fazendeiro Antônio Alfanaci Dias, 60 anos, do filho Anderson de Lima Alfanaci, 24 anos, e dos funcionários Wilson Silveira Santiago, 25 anos e Célio Soares da Silva, ocorridas em agosto do ano passado, em Novo Mundo, próximo a Guarantã do Norte.
Eles foram denunciados pelo Ministério Público por crimes como sequestro, ameaça, homicídio e ocultação de cadáver e foram citados na ação ainda ano passado, no entanto, não apresentaram advogados e defesas. O processo está tramitando na vara única de Guarantã do Norte, cujo juiz titular é Darwin de Souza Pontes e, caberá a ele designar responsáveis pela defesa do trio. Como na região não há defensores públicos, o magistrado tem a opção de nomear algum advogado local.
Do lado da acusação, a expectativa é que os indiciados apresentem a defesa ainda neste mês. De acordo com o assistente de acusação, o advogado Pedro Henrique Gonçalves, a esperança do processo ir a julgamento ainda neste neste ano não diminuiu. “Nós estamos trabalhando para eles serem julgados ainda neste primeiro semestre”, explicou ao Só Notícias. Em setembro do ano passado, o advogado apontou também anseio da aplicação de penas superiores a 90 anos aos três.
Os crimes, conforme Só Notícias informou, ocorreram dia 17 de agosto do ano passado e chocaram a população da pequena cidade de Novo Mundo. Rogério e Jiovani já haviam trabalhado na fazenda de Alfanaci e, com apoio de Joab, ficou decidido que, inicialmente, iriam sequestrar e extorquir pai e filho.
Conforme a denúncia, os acusados teriam conseguido entrar na fazenda após forjarem defeito em uma das motos usadas por eles. Na propriedade, eles renderam pai, filho e o funcionário Wilson. O outro funcionário, Célio, teria tentado escapar, no entanto, acabou sendo morto e o corpo foi jogado dentro de um buraco utilizado como depósito de lixo da fazenda.
As outras três vítimas foram levadas, na caminhonete de Antônio, até um local que seria utilizado como cativeiro. As margens da linha Trevisan, vítimas foram obrigadas a deixar o veículo e seguir a pé, cerca de dois quilômetros, até um bananal à beira de um riacho. As vítimas ficaram deitadas de bruços enquanto os acusados pediam por dinheiro e cartão de crédito. A decisão de matar teria surgido após os suspeitos perceberem que as vítimas não tinham dinheiro. A denúncia aponta ainda que Rogério atirou em Wilson; Joab em Antônio e Jiovani em Anderson.
Após cometerem os assassinatos, os acusados ainda procuraram a mulher de Antônio para cobrar o resgate. O fato foi registrado no dia 19 de agosto, quando Jiovani teria enviado uma mensagem de texto por meio do celular de Anderson para a namorada deste dizendo que “amor fala pra mãe que eu to vivo, em breve eles entra [sic] em contato com ela so [sic] depois que não tiver polícia”.
Os suspeitos voltaram a aparecer no dia 21 do mesmo mês. Eles teriam enviado uma série de mensagens à viúva de Antônio, exigindo inicialmente R$ 6 milhões.
Posteriormente, o valor foi reduzido a R$ 3 milhões. A viúva teria pedido uma prova de que as vítimas estivessem vivas e, como resposta, os suspeitos disseram que ela teria que pagar R$ 100 mil pela informação.
As conversas entre suspeito e viúva foram monitoradas pela Polícia Civil, que chegaram até Joab após perceberem que ele utilizava o aparelho de Anderson para conversar com a namorada do acusado. Quando abordaram Joab, confirmaram que as mensagens de negociações ainda estavam salvas. O acusado então “decidiu colaborar” e levou à localização dos demais acusados e bem como a dos corpos de Antônio, Anderson e Wilson.