O setor madeireiro em Mato Gross, assim como em outros Estados da Amazônia Legal, está se mobilizando para reunir dados que comprovem que as espécies cedro e itaúba, garapeira, jatobá, jequitibá e cerejeira, não correm risco de extinção. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras (Sindusmad), Gleisson Tagliari, a criação do grupo que deveria ser oficializada pela ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, ainda não saiu do papel, porém, a intenção é “adiantar” a pauta, para concluir o estudo em aproximadamente 90 dias. “A gente ainda não formatou os dados, entretanto, já é possível dizer que o resultado está sendo favorável, conforme o esperado”, afirmou, ao Só Notícias.
O estudo está sendo feito por engenheiros florestais, técnicos da Empresa Brasileiro de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). A ideia é reverter a decisão que determinou que as empresas deverão respeitar 15% de portas sementes (quantidade de árvores que devem ser deixadas em pé), e não mais 10% como antigamente. Haverá uma perda material e financeira de 5%. A comprovação de que as espécies não estão em extinção pode evitar também medidas mais restritivas no futuro. “A ministra se comprometeu, caso os dados sejam consistentes, a inserir nos painéis e revisar a lista. Aguardamos agora só a publicação da criação do grupo de trabalho, para que seja marcada a data de apresentação”.
Conforme Só Notícias já informou, uma portaria divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente e da Secretaria Estadual trouxe prejuízos para o setor, uma vez que várias cargas de madeira ficaram paralisadas. A ministra apontou que houve má interpretação, porém, para Gleisson, a determinação “abalou sensivelmente a estrutura financeira de várias madeireiras. Tivemos empresas que sequer mal conseguiram honrar a folha de pagamento porque os materiais ficaram parados”, afirmou.
Uma nova portaria contendo a regulamentação “de maneira mais clara” foi divulgada dias depois.