A segunda câmara Criminal do Tribunal de Justiça acatou recurso, interporto pelo Ministério Público Estadual, a fim de que fosse autorizada a quebra do sigilo das ligações realizadas ou tentadas no período compreendido entre a 0h e 4h do dia 17 de setembro de 2008, que utilizaram as Estações de Rádio-Base (ERB) transmissora das ligações nas cidades de Vera, Sorriso e Nova Ubiratã. A medida é uma tentativa de dar andamento nas investigações sobre o assassinato do advogado Alexandre Marchioro da Silva (foto), que ocorreu em Sorriso, há quase 5 anos.
O desembargador relator Alberto Ferreira de Souza destacou a importância da quebra do sigilo telefônico, considerando o provimento da apelação necessária e “exigível (…) vez que, consoante gizado pela autoridade policial, diversas linhas investigativas já foram descartadas e até o momento, passados quase cinco anos da prática delitógena, não se descortinou todos os autores [executores e mandantes]”.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Mato Grosso (OAB-MT), Maurício Aude, sublinhou a necessidade da apuração rigorosa dos fatos e a punição dos culpados. “Há anos que a seccional vem cobrando andamento nas investigações e finalização do inquérito policial. Este ano, no início da gestão encaminhamos ofício à Secretaria de Estado de Segurança Pública buscando informações e providências. Porém, ainda há muito que avançar e esperamos ver os acusados por um crime tão cruel serem punidos”.
O Conselheiro Estadual, por Sorriso, Silas do Nascimento Filho, lamentou a demora na solução do caso, contudo, confia na completa elucidação do crime. “Vamos continuar acompanhando o caso e reiterando a nossa confiança nas autoridades que investigam esse crime. Não podemos admitir que a morte do nosso colega caia no esquecimento e que o autor, ou autores, escapem impunes”.
Alexandre Marchioro da Silva era assessor jurídico da Prefeitura de Nova Ubiratã, se destacou como membro da comissão responsável pela construção do fórum e pela criação e implantação da comarca naquele município. Conforme Só Notícias informou, o crime foi descoberto no dia 17 de setembro de 2008. O corpo do advogado foi encontrado carbonizado na manhã daquele dia, às margens da rodovia de acesso ao município de Vera, a cerca de 15 metros de distância do carro dele, um Astra preto. No local havia rastros de outro carro, caixa de fósforo e um tambor de plástico queimado.