Integrantes do Movimento Sem Terra (MST) voltaram a bloquear, pelo terceiro dia seguido, a BR-163, a cerca de 50 quilômetros de Sinop, sentido Itaúba. O manifesto, hoje, iniciou por volta das 6h. O coordenador do movimento, Marciano da Silva, explicou, ao Só Notícias, que a liberação temporária da rodovia será discutida nas próximas horas. No entanto, antecipou que a tendência é pela não liberação da rodovia.
O MST protesta contra possível despejo de 200 famílias do assentamento 12 de Outubro, devido a construção da barragem da Usina Hidrelétrica de Sinop, no rio Teles Pires, além da regularização de sete assentamentos. “O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) até mandou um posicionamento ontem, mas muito vago. Propôs o fim do bloqueio com a realização de uma audiência nas primeiras semanas de julho, sem data definida. Mas isso já aconteceu uma vez, o manifesto foi desfeito e o encontro desmarcado. Temos urgência porque o leilão da usina é em agosto”, disse Marciano.
O coordenador do movimento também cobrou posicionamento do Estado em relação ao processo de regularização do assentamento 12 de Outubro. “Os CARs (Cadastro Ambiental Rural) dos lotes estão na Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente) e só faltam ser aprovados, mas a secretaria não se mexe. A partir disso podemos iniciar o processo de regularização”, acrescentou.
Para fugir do bloqueio alguns motoristas usaram uma rota alternativa que passa por estradas vicinais no município de Cláudia que dá acesso a BR-163, porém, o trajeto pode aumentar cerca de 60 quilômetros.
Conforme Só Notícias já informou, o bloqueio tem causado transtornos para centenas de pessoas que dependem da rodovia para seguir de Sinop a Itaúba, Colíder, Alta Floresta, Guarantã e demais cidades, bem como os que pretendem se dirigir a Cuiabá. Empresas tiveram atrasos nos transportes de combustível, madeira, produtos alimentícios e muitos outros. As viagens de ônibus também atrasaram.
(Atualizada às 8h13)