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Nortão: maníaco da lanterna vai a júri popular por mais um crime

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O “maníaco da lanterna”, Cláudio de Souza, deve responder em júri popular por mais de seus crimes. Desta vez, pela acusação de matar Regina Maria Pereira, e furtar o celular dela e, pela tentativa de homicídio contra José Carlos Santos, em 21 de abril de 2001. A decisão foi publicada pelo magistrado da 5ª vara criminal em Alta Floresta, Rhamice Abdallah, recentemente no processo do acusado. A data para este julgamento ainda deverá ser designada.

O crime ocorreu à noite, na estrada Vicinal Primeira Norte, em Alta Floresta. Conforme narra a denúncia, o maníaco, conhecido também como “Peninha”, estava armado com uma espingarda calibre 20, uma faca e, carregava também uma lanterna. As vítimas estavam dentro de um Fiat Pálio, que permanecia estacionado.

A denúncia aponta ainda que ao abordar as vítimas, “determinou-lhes calmamente” que saíssem do veículo. José Carlos foi obrigado, sob ameaça de morte, a passar para outro lado de uma cerca e sentar próximo a um capinzal. Já Regina, após descer do carro, foi revistada pelo réu. “O denunciado determinou que a vítima com ele mantivesse conjunção carnal. Regina, por sua vez, na tentativa de evitar o estupro, afirmou que teria “AIDS”, tendo o denunciado lhe respondido que sabia que isso não era verdade”, descreve o processo.

Cláudio teria atirado em seguida em Regina. Ao ouvir os disparos, José conseguiu fugir do local, mesmo sendo seguido, por alguns instantes, pelo acusado que carregava a lanterna e a arma em uma das mãos. Quando a polícia chegou até o local do crime, Regina ainda estava viva, caída, com a orelha esquerda amputada, com lesões por faca na mão esquerda e lesões no peito devido ao tiro. No local, o denunciado deixou um papel timbrado em que estava escrito “toma traidora”, em caneta azul. Regina morreu no Hospital Albert Sabin.

Claudio de Souza é acusado de pelo menos 12 crimes no Nortão. No dia 20 de maio, em Sinop, está programado o júri popular pela morte de Maria de Fátima dos Santos, também ocorrida em 2001. Este deve ser o segundo julgamento do réu, já que a primeira condenação ocorreu em abril do ano passado, pelo crime de porte ilegal de arma. Na ocasião, foi aplicada pena de dois anos de prisão.

O maníaco permanece no presídio Central do Estado (antigo Pascoal Ramos), em Cuiabá, desde 2008. Ele ficou conhecido no país por ter sua história relatada em um antigo programa a nível nacional onde era apresentado os foragidos da justiça e seus casos. Na época, recebeu o apelido por usar uma lanterna para iluminar a escuridão dos locais – normalmente matagais – onde atacavam as vítimas, mulheres e casais.

Peninha foi localizado em abril de 2002, quando confessou aos policiais os assassinatos dizendo que ouvia “a voz do demônio”. Em janeiro de 2003, conseguiu escapar junto com outros nove detentos da cadeia de Alta Floresta. Ele voltou a ser preso em abril de 2008 em Alta Floresta, sendo encaminhado para Cuiabá na mesma semana.

 

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