Trinta e nove fiscais do Ibama foram feito reféns dentro da Câmara de Vereadores de Paranaíta (250 km de Sinop). A confusão começou depois que os fiscais fecharam três madeireiras e dois garimpos na região. No início da madrugada, a Polícia conseguiu negociar a libertação dos funcionários do Ibama. Três pessoas foram presas. Seus nomes ainda não foram divulgados.
Antes da liberação, chegou a ocorrer um princípio de tumulto, do lado de fora da câmara. Muitas pessoas foram até o local, estudantes e moradores em geral e as vidraças foram apedrejadas, mas o tumulto foi contido pela Polícia Militar, sem maiores consequências.
Ficou acertada uma reunião amanhã, com o governador Blairo Maggi para discutir as atribuições da Sema e do Ibama, uma vez que está havendo alguns conflitos.
O clima na cidade era de muita tensão. O coordenador estadual de Fiscalização, Lesli Tavares, foi levado para a Câmara Municipal reunido com um promotor de justiça, comandante da Polícia Militar e madeireiros em busca de uma solução para o caso.
O comboio formado por 14 viaturas do Ibama foi interceptado, volta das 17h30, quando preparava-se para deixar a cidade e seguir a Alta Floresta. Eles foram “cercados” na praça da cidade. Posteriormente, com o decorrer das horas e o impasse no tocante a ação de fiscalização, os fiscais foram levados para a sede da Câmara Municipal. Os manifestantes falavam que só vão liberar os fiscais após serem cancelados em embargos as madeireiras.
A fiscalizacão fechou três madeireiras em Paranaíta que estariam operando irregularmente na extração e comercialização de madeira. Na operação também foram fechados três garimpos clandestinos, na região de Serra Morena.
“Esta operação é em retaliação as criticas feitas pelo governador recentemente quanto a morosidade do Ibama em liberar planos de manejo para as madeireiras. Houve revolta por parte de madeireiros, funcionários e lideranças” – relatou o secretário da Associação dos Madeireiros de Paranaíta, Osni Ribeiro.
“Queremos o compromisso do Ibama em liberar os projetos de manejo para que possamos trabalhar normalmente. As três madeireiras lacradas estão legais em dia” – afirmou. “Não batem as medições do Ibama com as que temos do estoque de madeira das empresas cadastrados na Sema. A forma deles (fiscais) fazerem a medição é arbitrária. Eles vieram com objetivo único de lacras as empresas. Isso não tem cabimento. Nestas 3 madeireiras lacradas são mais de 200 empregos diretos” – criticou o secretário.
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