O laudo assinado por dois profissionais contratados pelo Estado não apontou que o caminhoneiro suspeito de assassinar Adriana Gonçalves Ferreira, 36 anos, e a mãe dela, Cleide Camporezi Ferreira, 61 anos, em julho do ano passado, em Tabaporã (197 quilômetros de Sinop), tinha problemas psiquiátricos na época do crime. O incidente de insanidade mental foi instaurado a pedido da defesa.
Um laudo feito pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) chegou a apontar que o acusado é portador de esquizofrenia. Porém, o Ministério Público Estadual (MPE) pediu a não homologação do exame, justificando que o resultado se pautou apenas nos relatos do suspeito e seu pai, “os quais são diretamente interessados no reconhecimento de insanidade mental”. O parecer foi acatado pela Justiça, que determinou a realização de um novo laudo.
Com o documento apontando que o acusado não possui transtornos mentais, o juiz Rafael Depra Panichella, da Vara Única de Tabaporã, determinou a realização de uma audiência de instrução e julgamento, para ouvir as partes envolvidas no caso. A audiência será no dia 1º de fevereiro.
O duplo homicídio ocorreu em uma residência localizada na rua Oscar Kunio Kawakami, no centro de Tabaporã. Uma fonte da Polícia Militar informou, ao Só Notícias, que as vítimas foram atingidas por várias facadas, não resistiram aos ferimentos e faleceram no local.
Elas foram encontradas mortas por um parente, que acionou a Polícia Militar. Após conversar com familiares das mulheres, os militares se deslocaram até a residência do ex-namorado de Adriana, na rua Ari Zendron, uma vez que ele havia sido apontado como possível suspeito. No local, os policiais encontraram o acusado, que tem 46 anos, com as mãos ensanguentadas e o prenderam.
Segundo a PM, o homem estava “transtornado” e confessou o crime, sem dar muitos detalhes sobre a motivação. Em uma das versões contadas, ele afirmou apenas que discutiu com Adriana e a esfaqueou. Cleide teria “entrado na briga” e acabou atingida por golpes de faca também. O acusado foi conduzido para o presídio de Porto dos Gaúchos (248 quilômetros de Sinop).
As vítimas eram moradoras de Tabaporã. Segundo informações repassadas à PM, Adriana trabalhava como recepcionista no Fórum do município. Cleide, por outro lado, era aposentada.