A Justiça da Comarca de Guarantã do Norte (240 quilômetros de Sinop) só decide ano que vem, se o ex-policial militar de 47 anos acusado pelo Ministério Público Estadual de atirar contra a médica Valéria Lemelle Xavier, em setembro de 2012, na Unidade de Saúde Santa Maria, vai a júri popular. Uma audiência foi realizada no último dia 17, porém, o juiz substituto Diego Hartmann determinou que seja aguardado o retorno da carta precatória expedida para oitiva de Valéria. O recesso vai até dia 6 de janeiro, mas os prazos processuais estão suspenso até dia 20, por conta das férias dos advogados.
Há alguns meses o ex-policial foi demitido da corporação. Na publicação, o comandado apontou que no caso “existe circunstâncias agravantes: prática simultânea ou conexão de duas o ou mais transgressões, ter praticado transgressão com premeditação; ter sido praticada transgressão em presença de público […] Isto posto, com base nos elementos de prova contidos nos presentes autos e nos termos da legislação especial em vigor”. O policial possui 21 anos de serviços prestados, 36 menções elogiosas, duas sanções disciplinares, sendo as duas detenções e estava classificado com comportamento ótimo.
A justiça aceitou ainda em julho do ano passado denúncia contra o policial, oferecida pelo Ministério Público. A médica foi atingida no tórax, chegou a ficar internada em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), em hospital de Sinop, e foi liberada dias depois. De acordo com a denúncia, o policial teria ido a unidade solicitando um atestado médico contendo informações do CID (Classificação Internacional de Doença) que o manteria afastado da sua função.
Em nota, a prefeitura expôs que a médica, que atendia como clínica geral, “informou que poderia dar a declaração, porém, o atestado dependeria de um médico neurologista, dando o encaminhamento necessário". Insatisfeito com a resposta, o policial teria informado que faria uma denúncia à Secretaria de Saúde e feito ameaça. A médica informou que ligaria para a Polícia Militar.
Conforme Só Notícias já informou, após ter feito a ligação a profissional pediu que o policial se retirasse da sala, foi quando ela se virou para chamar o próximo paciente, ele teria sacado a arma e desferiu um disparo.