Rogério Pessoa Freire, Joab da Silva Pontes e Jiovani da Silva Lima, poderão ser levados à júri popular no primeiro semestre de 2013 pelas mortes de fazendeiro Antônio Alfanaci Dias, 60 anos, do filho Anderson de Lima Alfanaci, 24 anos, e dos funcionários Wilson Silveira Santiago, 25 anos e Célio Soares da Silva, ocorridas em agosto, em Novo Mundo. A expectativa é do assistente de acusação, advogado Pedro Henrique Gonçalves. “É mais de um réu, são três defesas a serem feitas, a instrução as vezes demora um pouco mas o trabalho que a polícia fez ficou bem “redondo” e de fato é uma expectativa nossa o julgamento no primeiro semestre de 2013″, destacou, ao Só Notícias.
A acusação trabalhará para que a pena de cada um dos acusados não seja pequena, mesmo sendo considerados réus primários (sem antecedentes). “Somando todas as penas a que foram denunciados, inicias por serem réus primários, podem ser condenados a 87 anos e um mês, devido as acusações. O nosso anseio é de receberem uma pena superior a 90 anos”, enfatizou. Para o advogado, a possibilidade existe porque “todos eles confessaram com riquezas de detalhes”, destacou.
De acordo com Gonçalves, o processo começa a “desenrolar” agora, após a denúncia feita pelo Ministério Público, na semana passada, conforme Só Notícias informou. “Como são réus presos, o procedimento é mais rápido. Os acusados devem apresentar defesa e participar das audiências”, destacou.
Os acusados foram denunciados por crimes como sequestro, ameaça, homicídio e ocultação de cadáver. Os crimes, conforme Só Notícias informou, ocorreram dia 17 de agosto e chocaram a população da pequena cidade de Novo Mundo. Rogério e Jiovani já haviam trabalhado na fazenda de Alfanaci e, com apoio de Joab, ficou decidido que, inicialmente, iriam sequestrar e extorquir pai e filho.
Conforme a denúncia, os acusados teriam conseguido entrar na fazenda após forjarem defeito em uma das motos usadas por eles. Na propriedade, eles renderam pai, filho e o funcionário Wilson. O outro funcionário, Célio, teria tentado escapar, no entanto, acabou sendo morto e o corpo foi jogado dentro de um buraco utilizado como depósito de lixo da fazenda.
As outras três vítimas foram levadas, na caminhonete de Antônio, até um local que seria utilizado como cativeiro. As margens da linha Trevisan, vítimas foram obrigadas a deixar o veículo e seguir a pé, cerca de dois quilômetros, até um bananal à beira de um riacho. As vítimas ficaram deitadas de bruços enquanto os acusados pediam por dinheiro e cartão de crédito. A decisão de matar teria surgido após os suspeitos perceberem que as vítimas não tinham dinheiro. A denúncia aponta ainda que Rogério atirou em Wilson; Joab em Antônio e Jiovani em Anderson.
Após cometerem os assassinatos, os acusados ainda procuraram a mulher de Antônio para cobrar o resgate. O fato foi registrado no dia 19 de agosto, quando Jiovani teria enviado uma mensagem de texto por meio do celular de Anderson para a namorada deste dizendo que “amor fala pra mãe que eu to vivo, em breve eles entra [sic] em contato com ela so [sic] depois que não tiver polícia”.
Os suspeitos voltaram a aparecer no dia 21. Eles teriam enviado uma série de mensagens à viúva de Antônio, exigindo inicialmente R$ 6 milhões. Posteriormente, o valor foi reduzido a R$ 3 milhões. A viúva teria pedido uma prova de que as vítimas estivessem vivas e, como resposta, os suspeitos disseram que ela teria que pagar R$ 100 mil pela informação.
As conversas entre suspeito e viúva foram monitoradas pela Polícia Civil, que chegaram até Joab após perceberem que ele utilizava o aparelho de Anderson para conversar com a namorada do acusado. Quando abordaram Joab, confirmaram que as mensagens de negociações ainda estavam salvas. O acusado então “decidiu colaborar” e levou à localização dos demais acusados e bem como a dos corpos de Antônio, Anderson e Wilson.
O procedimento está tramitando na comarca de Guarantã do Norte.