Após entendimento entre defesa e acusação, foi suspenso, agora há pouco, a sessão de julgamento de Wanderlei Teixeira de Almeida, o “Delei”, e Vanildo dos Santos, o “Mãozinha”, acusados pelo Ministério Público Estadual de envolvimento no assassinato do prefeito de Nova Canaã do Norte, Antônio Luiz César de Castro, o “Luizão”. As duas partes entenderam que o julgamento não iria terminar hoje e juíza Giselda de Oliveira Andrade acatou o pedido determinando que o júri seja retomado, neste sábado, a partir das 8h. A previsão é de que ele se estenda até as 14h.
Foram apresentados depoimentos de testemunhas, através de vídeos. Durante todo o tempo, ouvindo as testemunhas, os acusados permaneceram com olhos fixos no telão. A família do prefeito (esposa e filhos) estiveram presente, sentados nos primeiros bancos, usando camisetas pretas, pedindo justiça. Cem pessoas se inscreveram e assistiam o júri no plenário da câmara de vereadores do município, que permaneceu lotado
Em seus depoimentos, ambos negaram ter qualquer tipo de ligação com o crime. No entanto, a acusação apontou controvérsias no novo depoimento dos acusados durante o julgamento.
Wanderlei, 45 anos, que aguardava julgamento preso em Sinop e foi recambiado a Canaã. Vanildo, 40 anos, responde em liberdade. O crime ocorreu no dia 5 de agosto de 2011, por volta das 21h30, no estabelecimento conhecido como ‘Pista de Laço’, no município. Wanderlei é acusado de ser o mandante do homicídio, praticado por motivo torpe e sem dar chance de defesa para a vítima. Já Vanildo dos Santos é acusado de coação de testemunhas e de ter colaborado para a fuga de Wanderlei após o crime.
Luizão foi morto com seis tiros à queima roupa disparados por uma arma calibre ponto 380, quando estava um pouco afastado da multidão, provavelmente de saída do local. Conforme a denúncia do MP, Wanderlei mandou matar Luizão porque este adquiriu, em leilão realizado pela Justiça Federal de Fortaleza (CE), um imóvel comercial denominado “Canaã Choperia”, situado na avenida Brasil, 71, em Nova Canaã do Norte.
De acordo com a acusação, Wanderlei teria mandando matar Luizão depois que ele adquiriu, através de um leilão realizado pela Justiça Federal do Ceará, um imóvel comercial, que supostamente pertencia ao irmão do suspeito, que é apontado pela polícia como um dos “mentores intelectuais” do assalto ao Banco Central, no ano de 2005, em Fortaleza (CE). A justiça considerou que o prédio foi comprado com o dinheiro do assalto e o colocou em leilão. Desde que comprou o imóvel, o prefeito teria sido ameaçado por Wanderlei. Em 2010, o prefeito ofereceu representação contra Wanderlei Almeida alegando ter sido ameaçado ao tentar negociar o imóvel, que seria transferido para José Elizeu Gaspar. Diante das ameaças, a negociação não se concluiu.
Na representação, o prefeito contou à polícia que ficou sabendo, por terceiros, que Wanderlei dizia “não vou entregar o prédio, é matar ou morrer”. Ainda de acordo com a denúncia do MP, Wanderlei contratou uma terceira pessoa para cometer o crime, que ainda não foi identificada. Segundo testemunhas, essa pessoa se aproximou de Antônio César e perguntou se ele era o prefeito Luizão. Ao receber a resposta afirmativa, efetuou os disparos e fugiu do local. Três dias após o crime, Wanderlei saiu de Nova Canaã do Norte com o auxílio de Vanildo dos Santos e foi para Sinop. Fugiu seguiu para Diadema (SP) onde foi preso.