A sessão de júri popular do veterinário Daniel Augusto Tschope, 32 anos, suspeito de matar, a coronhadas de revólver, o cabo da Polícia Militar, Renilson Vicente, 42 anos, em Tabaporã (190 quilômetros de Sinop), será no dia 19 de outubro. O julgamento estava marcado inicialmente para sexta-feira (29), no entanto, o magistrado acatou o pedido do Ministério Público Estadual para mudar a data.
Daniel será julgado por homicídio qualificado, cometido de maneira cruel. No ano passado, a defesa tentou desclassificar o crime para lesão corporal seguida de morte. Os advogados alegaram ainda que o réu “agiu em legítima defesa”. No entanto, os desembargadores da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça não acataram a tese e mantiveram a pronúncia inalterada.
O crime ocorreu no início de janeiro, no distrito de Nova Fronteira. Daniel chegou a ser preso, no entanto, conseguiu habeas corpus no Tribunal de Justiça e foi libertado da cadeia de Porto dos Gaúchos, onde estava desde o dia do assassinato. Ele aguarda o júri em liberdade.
Conforme Só Notícias já informou, na denúncia do MP é apontado que, no dia do crime, o acusado “teria passado por diversas vezes na frente policial, conduzindo veículo automotor em alta velocidade, cujo escapamento produzia ruído em excesso, causando à vítima desconforto. Consequentemente, a vítima, que se tratava de cabo da Polícia Militar, adotou providências no intuito de fazer cessar a ação ilícita, e o acusado fora encaminhado e cientificado acerca do auto de infração de trânsito lavrado”.
Após receber a multa, o réu teria então, conforme consta no processo, “se deslocado até a residência da vítima, local onde verificado que não havia ninguém, desferiu algumas pedras, as quais destruíram uma porta de vidro da casa e um fogão. A vítima, ao chegar em sua residência e verificar os danos, deslocou-se até a residência do réu, municiado de uma arma de fogo, onde entraram em luta corporal. Durante a briga, o acusado apossou-se da arma da vítima e desferiu diversas coronhadas em sua face e cabeça, provocando lesões as quais lhe causaram a morte”.
A briga teria acabado com a chegada de outro policial militar e Renilson foi encaminhado para o Pronto Socorro, “gravemente ferido em decorrência das agressões sofridas, tendo sido constatado o óbito da vítima quando de sua chegada ao hospital local. O acusado teria ainda se apossado de um pedaço de madeira com o qual passou a golpear o automóvel da vítima e foragido do local do crime”, relata a denúncia da promotoria.
Vicente não resistiu aos ferimentos causados pelas pancadas e faleceu pouco depois. Ele foi sepultado, com honras militares, em Sinop.