O desembargador Rui Ramos Ribeiro, da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, determinou a degravação do áudio do júri popular que condenou Rogério Pessoa Freire a 97 anos e 6 meses de prisão, além de Joab da Silva Pontes a 92 e Jiovani da Silva Lima a 93. Eles foram condenados em sessão da Comarca de Guarantã do Norte (240 quilômetros de Sinop), em novembro de 2014, pelas mortes do fazendeiro Antônio Alfanaci Dias, 60 anos à época, o filho dele Anderson de Lima Alfanaci, 24, e dos funcionários Wilson Silveira Santiago, 25, e Célio Soares da Silva. Os crimes aconteceram no dia 17 de agosto de 2012, em Novo Mundo.
Rui considerou indispensável a degravação para decidir sobre o recurso deles que constestam as penas, que podem ser revistas. “[…]a degravação da audiência realizada se mostra imprescindível para a devida prestação da tutela jurisdicional, pois a matéria debatida nas razões recursais exige análise aprofundada do contexto probatório. Assim, considerando-se que a matéria debatida nas razões recursais exige análise aprofundada do contexto probatório, entendo ser imprescindível a degravação de toda a prova registrada por meio audiovisual”.
A Procuradoria de Justiça do Estado é contra redução das penas de Rogério e Joab da Silva Pontes, mas favor da revisão da de Jiovan. Os três foram pegos poucos dias após o crime e teriam conseguido entrar na fazenda após forjarem defeito em uma das motos em que estavam. São acusados de renderem pai, filho e o funcionário Wilson. O outro empregado, Célio, teria tentado escapar, no entanto, acabou sendo morto e o corpo foi jogado dentro de um buraco utilizado como depósito de lixo da fazenda.
Conforme Só Notícias já informou, após cometerem os assassinatos, os acusados ainda procuraram a mulher de Antônio para cobrar o resgate. O fato foi registrado no dia 19 de agosto, quando um deles teria enviado uma mensagem de texto por meio do celular de outro, para a namorada dizendo: "amor fala pra mãe que eu tô vivo, em breve eles entra (sic) em contato com ela só depois que não tiver polícia".
Eles voltaram a aparecer no dia 21, teriam enviado uma série de mensagens à viúva de Antônio exigindo, inicialmente, R$ 6 milhões. Posteriormente, o valor foi reduzido a R$ 3 milhões. A viúva teria pedido uma prova de que as vítimas estivessem vivas e, como resposta, os suspeitos disseram que ela teria que pagar R$ 100 mil pela informação.