Pelo menos nove municípios do Nortão estão na lista dos 36 que mais desmataram, divulgada hoje, pelo Governo Federal. Todos são considerados prioritários para ações de prevenção e controle do desmatamento, identificados a partir de monitoramento por satélite. Em todo o Mato Grosso, são 19 – que representam pouco mais de 50% do total.
Ainda na região Centro-Oeste, as cidades de Aripuanã, Brasnorte, Colniza, Confresa e Cotriguaçu estão entre os 10 maiores registros de desmatamento. O levantamento ainda inclui 12 cidades do Pará, 4 de Rondônia e uma do Amazonas, informou a Agência Brasil.
As propriedades destes municípios serão recadastradas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e, aquelas onde for constatada derruba ilegal de florestas, serão embargadas, não podendo mais vender produtos ou receber financiamentos.
Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, os municípios citados são responsáveis historicamente por cerca de 50% do desmatamento total da Amazônia. “Estamos propondo uma ação integrada de governo para conseguir manter a governança na região e impedir o recrudescimento do desmatamento”, disse , após reunião emergencial convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir ações de fortalecimento ao combate à derrubada da floresta.
Também estão na lista de municípios que mais desmatam Aripuanã, Brasnorte, Colniza, Confresa, Juara, Juína, Marcelândia, Nova Bandeirantes, Nova Ubiratã, Paranaíta, Peixoto de Azevedo e Porto dos Gaúchos.
Outro lado
O Governo do Estado de Mato Grosso divulgou nota discordando da forma como estão sendo interpretados os dados divulgados pelo INPE, uma vez que a metodologia utilizada, como reconhecem os próprios técnicos do INPE, não é precisa para determinar cálculo de área e tampouco estatísticas para comparação de dados de desmatamento, podendo incorrer em erros e apresentar discrepâncias de números quando comparada com dados de metodologias semelhantes.
O secretário de Meio Ambiente, Luiz Henrique Daldegan, disse, à Agência Brasil, que, em novembro do ano passado, o governo do Estado foi a campo para verificar dados do Deter, e chegou à conclusão de que apenas 20% das informações condiziam com a realidade. “Não é uma briga de dados, queremos ter a certeza de onde estão ocorrendo os desmatamentos para que possamos, com o governo federal, implementar as políticas necessárias”, afirma.
O Deter apontou que foram desmatados, entre outubro e dezembro, 1.483 km quadrados. Já pelo Sad, foram 954 km quadrados.
(Atualizada às 17h49)