Os profissionais da educação de Matupá tentarão, hoje à tarde, acordo com a prefeitura, mediado pelo Ministério Público Estadual (MPE), para encerrar a greve que já dura mais de 60 dias no município. Segundo a presidente da sub-sede do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), Regielma Dentes Nascimento, apesar de não terem recebido os salários do último mês, os trabalhadores vão continuar de braços cruzados. “O prefeito, sem ter nenhuma decisão judicial que o autorizasse a fazer isso, cortou os salários de quase 200 trabalhadores. Ainda assim, estamos abertos ao diálogo. Continuamos a mobilização e, desde o dia 27, estamos acampados na frente da prefeitura”, afirmou.
O sindicato, segundo Regielma, entrou com uma ação pedindo o desbloqueio dos salários e irá requerer, ainda, uma indenização. “Estamos com as contas todas as atrasadas e isso implica em juros. A gente vai solicitar, por este motivo, uma retratação”, explicou.
Conforme Só Notícias já informou, no total, a rede municipal tem 1,6 mil alunos, porém, não há confirmação de quantos estão sem aulas. Das duas creches do município, uma está totalmente fechada, e a outra, que tem 18 turmas, trabalha, no momento, apenas com 4. Algumas escolas também trabalham parcialmente.
A câmara de vereadores já aprovou um projeto de reposição salarial para os profissionais da educação. A proposta era reajustar o salário dos professores em 8% e os demais profissionais em 9%, conforme esclareceu Regielma. A intenção é criar de um Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) que equipare o salário dos profissionais da educação, com base no piso nacional, atualmente em R$ 1,9 mil. “O plano foi quebrado em 2012, pois hoje existe um salário mínimo para os funcionários do apoio e técnicos, e outro para o ensino médio. Isso fere a isonomia salarial porque são três reajustes diferentes para a mesma categoria”, afirmou a líder sindical.
Os profissionais cobram a reposição de 13,01% referente ao piso salarial nacional e criação do Plano de Cargos e Carreiras da Educação (PCCS), que, segundo a categoria, deveria ter sido feito em 2012. O prefeito informou que não tem como conceder o reajuste agora e pediu um tempo até maio, data base da reposição dos servidores. Ele declarou que a folha salarial já está com 54% da receita, no limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, e ficará muito acima do limite prudencial se atender a categoria agora.
O outro lado – Só Notícias tentou contato com a prefeitura de Matupá, porém, as ligações não foram atendidas.