quarta-feira, 11/dezembro/2024
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Nem 20% da malha rodoviária do Estado é pavimentada

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Com uma malha viária de 30 mil quilômetros percorrendo todo o Estado, Mato Grosso tem menos de 20% de suas rodovias pavimentadas. Ao todo, os 20 mil quilômetros de estradas de chão transformam-se em graves problemas ao atingirem a maioria das cidades do interior, principalmente, nos períodos de chuva. Todos os anos, centenas de municípios entram em ‘situação de emergência’ devido a desabamento de pontes, alagamento de rios e bloqueio de vias.

Para resolver a questão, gestores municipais apontam o aumento dos repasses do Governo do Estado para atividades de manutenção e pavimentação das rodovias como uma saída. Já especialista afirma que o investimento nos corredores de transporte seria a solução para descongestionar a malha viária de Mato Grosso. Em comum, todos consideram o problema um dos mais preocupantes para o desenvolvimento, economia e qualidade de vida da população ao redor das rodovias não asfaltadas.

Nos últimos anos, com o crescimento econômico da região, graças ao agronegócio e pecuária, as estradas que antigamente eram pouco utilizadas, tornaram-se rota diária de caminhões e carretas pesadas. Porém, para chegar ao seu destino final, os motoristas precisam enfrentar longos quilômetros esburacados, sem sinalização em estradas de chão antigas e perigosas.

Miranda afirma que Mato Grosso tem à disposição nove corredores de transporte como opções para serem investidos. Ele explica que a diferença dos corredores para as rodovias tradicionais é que o sistema de vias e instalações são integrados e não atuam independentes como no caso nas estradas. Como resultado disso, eles acabam se ‘cruzando’ pelo Estado, descentralizando os caminhos por uma ou duas rodovias principais, assim como as BRs 163 e 364.

‘Quando há essas conjugações, que inclui além das rodovias, ferrovias também, o escoamento de produção é favorecido, assim como o armazenamento dos produtos e o transporte. Não podemos nos fixar em uma só direção. Com a dimensão territorial que Mato Grosso possui, é preciso expandir suas rotas’.

De acordo com a Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), dos 30 mil quilômetros de malha viária em Mato Grosso, somente 5 mil quilômetros estão asfaltados. Ainda segundo a pasta, outros 5 mil quilômetros são planejados para serem pavimentados até o final de 2014. Já os 20 mil quilômetros restantes ficarão sob a responsabilidade do próximo gestor estadual.

Em 2013, mais de 20 cidades do interior de Mato Grosso tiveram a situação de emergência reconhecida pela Defesa Civil. A maioria delas fica na região Norte do Estado, onde a precariedade de rodovias e pontes é alta. O prefeito de Nova Canaã do Norte (699 km ao Norte de Cuiabá), Vicente Girotto de Medeiros, conta que a cidade tem aproximadamente 2,4 mil quilômetros de estrada de chão, o que no período de chuvas causa grandes transtornos aos moradores locais. Segundo ele, o fato de dois rios cortarem o município é outro motivo que leva a inundações e enchentes.

‘Temos o Tapaiúna e o Teles Pires que com qualquer chuva já enche rápido e inunda a cidade. Nesses períodos, há distritos como o Colorado e Ouro Branco que ficam praticamente isolados, em que nem mesmo ambulâncias conseguem chegar para atender a população. Além disso, a produção de assentamento e comunidades rurais fica prejudicada, porque não é possível transportar os produtos pelas pontes e estradas’.

O município foi um dos atingidos pelas fortes chuvas do ano passado, deixando milhares de moradores desabrigados. Além de prejudicar as estradas que dão acesso à cidade, os danos também chegaram às pontes de madeira. De acordo com Girotto, Nova Canaã do Norte possui somente uma ponte de concreto, o restante é feito de madeira. ‘Só a ponte sobre o Teles Pires é de concreto. As outras de madeira são a nossa maior preocupação, porque passam muitas carretas pesadas por cima. Quando chove, são as primeiras a serem levadas’.

Outra cidade que todos os anos sofre com a falta de infraestrutura nas estradas é Cáceres (225 km a Oeste da Cuiabá). Com 24 mil quilômetros quadrados de área é um dos municípios de maior território de Mato Grosso. Ao todo, Cáceres possui 5 mil quilômetros de estradas vicinais. Segundo o prefeito Francis Maris Cruz, os prejuízos causados pela baixa condição das rodovias são altos para a cidade, principalmente, no setor econômico.‘Somos o terceiro ou quarto maior rebanho bovino do Estado e, no entanto, nem sempre conseguimos transportar isso tudo para outras regiões. São estradas com atoleiros na época de chuvas, pontes de madeira que não suportam o peso. Muitas vezes o produto é perdido no meio do caminho, devido ao tempo gasto para transportá-lo’.

Mais uma vez a questão das pontes de madeira é apontada como grave problema. De acordo com o prefeito, na cidade elas chegam a 500 na zona rural de Cáceres. ‘Todos os anos nós temos que gastar com a recuperação dessas pontes, quando a construção de pontes de concreto seria muito mais econômico. Porém, o município não tem condições de fazer isso e é aí que deveria entrar o Estado’. Para Cruz, a burocracia na captação de recursos faz com que associações e produtores rurais façam por suas próprias mãos aquilo que o Governo alega não poder realizar. ‘Ficamos sempre com um pires na mão pedindo esmola ao Estado. Para não perderem ainda mais, os produtores acabam se unindo e sendo parceiros do município na solução desses problemas’.

Segundo ele, desde a década de 70, eles vêm sendo estudados como alternativa viável para melhorar o fluxo de veículos nas rodovias do país. ‘A partir do momento em que a agricultura passou a tomar conta de Mato Grosso e ser um dos maiores responsáveis pela nossa economia, nossos gestores deveriam ter percebido que era preciso acompanhar a evolução nos corredores de tomar ao olhar para a infraestrutura do Estado, o prefeito de Nova Canaã do Norte aponta o aumento no repasse de recursos aos municípios. ‘O Fundo de Transporte e Habitação (Fethab) é um exemplo dos recursos que poderiam ser repassados às cidades. Com mais dinheiro, temos condições de melhorar a questão das rodovias e estradas. São muitos os municípios em Mato Grosso que dependem do Estado’.

Já o prefeito de Cáceres destaca a necessidade de maquinário no processo de recuperação de estradas e pontes na cidade. ‘Os equipamentos que a Prefeitura disponibiliza hoje são muito velhos. Um serviço que poderia ser concluído em 15 dias leva até 30, porque as máquinas são antigas e não suportam’.

 

 

 

 

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