Três acusados de praticar um golpe contra cerca de 100 mulheres (entre elas juízas, professoras universitárias, dentistas, médicas, promotoras e delegadas) tiveram o pedido de habeas corpus negado pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A grã-mestre Gassi Botelho Martinez, Márcia Costa de Souza e Alexandre Botelho Martinez, são acusados de criar uma entidade denominada “Grande Loja Feminina da Maçonaria” e por meio desta instituição dar o golpe em pelo menos 100 mulheres.
Segundo o jornal A Gazeta, a defesa de um grupo de magistradas lesadas pela entidade ingressou na Justiça, ano passado, pedindo a prisão dos três. O desembargador Omar Rodrigues de Almeida concedeu liminarmente o habeas corpus preventivo. Esta semana, o relator do processo, Carlos Roberto Pinheiro, e os desembargadores Manoel Ornelas de Almeida e Paulo Cunha, no julgamento do mérito, negaram o pedido. Sem o HC os três podem ser presos por estelionato, falsidade ideológica e formação de quadrilha.
A advogado Eduardo Mahon, que faz a defesa de quatro vítimas do golpe, ingressou na Justiça com uma cautelar de exibição de documentos e suspensão das atividades da entidade. A Justiça determinou busca e apreensão na residência e na sede onde funcionava a maçonaria feminina. Ele ainda vai entrar na Justiça com uma ação de indenização por danos morais, pedindo inclusive a devolução dos valores cobrados pela grã-mestre às iniciadas.
Criada em 2002, a Maçonaria Feminina tinha três lojas funcionando na Capital. A entidade tem registro no Cartório do 1º Ofício de Cuiabá, como associação. A suspeita é que os rituais repassados à Maçonaria Feminina tenham sido usurpados por membros da Maçonaria Masculina e entregue às mulheres.
Nenhuma das três potências maçônicas de Mato Grosso -Grande Oriente do Brasil, Grande Oriente do Estado de Mato Grosso e Grandes Lojas -reconhecem a Grande Loja Feminina da Maçonaria Brasileira do Estado de Mato Grosso.