A neblina e uma falha do piloto foram fatores determinantes para a queda de um avião Neiva EMB-202, em dezembro de 2015, em uma plantação agrícola, no município de Juscimeira (57 quilômetros de Rondonópolis). Esta foi a avaliação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em relatório divulgado recentemente.
O documento relata que a aeronave decolou de uma fazenda, no início da manhã, para realizar um voo de aplicação de fungicida. Após dez minutos, o piloto se deparou com uma neblina no trajeto e optou por baixar a altura da aeronave para manter-se “em condições visuais com o solo”. No entanto, ao perceber que não conseguiria tais condições, decidiu regressar para o aeródromo. De acordo com o Cenipa, ao fazer uma curva para a direita, o avião colidiu contra a plantação e percorreu cerca de 70 quilômetros antes de parar.
O órgão concluiu que a insistência do piloto em prosseguir a baixa altura, mesmo depois de ter constatado as condições adversas para o voo visual, refletiu um “julgamento inadequado” sobre os riscos envolvidos. “Além do rebaixamento da consciência situacional do piloto, em virtude da percepção imprecisa dos fatores externos que poderiam configurar um obstáculo, a aeronave foi exposta a uma altitude arriscada de operação, suficiente para favorecer uma colisão contra o solo”.
Segundo o Cenipa, além do julgamento errado do piloto e da neblina, também houve falha de percepção e no planejamento de voo. Apesar da conclusão, o órgão não fez recomendações de segurança. O piloto, que escapou ileso do acidente, estava com os documentos em dia. Também estava regular a documentação da aeronave.