Representantes da Associação dos Municípios Impactados por Usinas do Norte de Mato Grosso (AMIU) e da Companhia Energética Sinop, grupo que detém a concessão de exploração de energia gerada pela usina a ser construída do rio no Teles Pires, voltam a ser reunir a partir do 15. O diretor executivo da entidade, Rogério Rodrigues, explicou, ao Só Notícias, que estão adiantadas as discussões para celebrar termo de cooperação técnico-financeira para acompanhar a execução dos planos básicos ambientais diante dos impactos com o empreendimento.
O diretor destacou que a intenção é evitar o que foi visto em outras obras de usinas da região, já que empresas estariam descumprindo os planos. “Com isso vamos acompanhar as obras e as execuções do plano pelo período de 5 anos, passamos a fazer parte do processo da licença de instalação, que marca o início dos trabalhos”, apontou. Além de Sinop, o reservatório com 337 quilômetros quadrados (33,7 mil hectares) deve abranger também Sorriso, Itaúba, Cláudia e Ipiranga do Norte.
No estudo de impacto ambiental disponibilizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), um dos apontamentos é que a formação do reservatório irá alagar importantes áreas de florestas e de cerrado que ainda restam, além de terras produtivas, constituindo um evento crítico para a vegetação e para a fauna que as habita. “A implantação do empreendimento irá demandar o corte de vegetação desde a fase inicial, com a abertura de caminhos e a marcação de pontos de referência, até a fase de implantação do empreendimento”, consta.
Outro apontamento é que a formação do reservatório implicará em mudanças sobre a atividade pesqueira, além de alterações nos estoques pesqueiros. “Em alguns períodos, haverá redução ou mesmo a suspensão dos rendimentos auferidos pela pesca, principalmente durante o período de obras e do enchimento”.
Nas medidas propostas para ir ao encontro dos impactos, constam monitoramento hidrológico; sismológico; recomposição das atividades minerárias, pesca, comércio e serviços; implantações de unidades de conservações; plano ambiental de conservação de uso do entorno do reservatório; programa de monitoramento da fauna, entre outros.
A expectativa é que as obras da usina comecem ainda este semestre, com projeção de atingir até 3,2 mil empregos diretos e indiretos no decorrer dos trabalhos. O projeto demanda pelo menos R$ 1,777 bilhão em investimentos, com preço médio da energia a ser gerada de R$ 109,40 por megawatt-hora (Mwh). O valor representa um deságio de 7,3% em relação ao preço-teto estabelecido no leilão, pelo Ministério de Minas e Energia (MME), de R$ 118 por Mwh. A operação é prevista para 2017.
A usina de Sinop tem capacidade instalada para gerar aproximadamente 400 megawatt, que correspondem a aproximadamente 1 milhão de geladeiras funcionando ou a 4 milhões de lâmpadas de 100 watts acesas simultaneamente.