Mato Grosso é o 19º colocado do ranking de denúncias de violência doméstica contra a mulher. Nos sete meses deste ano foram feitas, no serviço 180 (criado em 2005 para receber queixas desta natureza), 3.957 ligações. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. Na maior parte das vezes, as vítimas são agredidas fisicamente e psicologicamente pelos maridos, namorados ou parceiros com os quais convivam. A estatística revela um quadro preocupante: as agressões acontecem num ritmo constante, isto é, diariamente, em boa parte do tempo.
De acordo com o levantamento, das pessoas que entram – ou já entraram – em contato com a central, a maioria disse ter sofrido ameaças do parceiro. Há situações também em que a gravidade do problema aumentou, com mulheres sendo alvos de tentativas de homicídios. No Estado, dos 720 casos de violência existentes contra o sexo feminino apontados pelo relatório, 336 foram do tipo físico; 119 de natureza moral; 12 patrimoniais; 246 psicológicas e 7 sexuais.
Grande parte das mulheres que ligaram para a central tem entre 25 e 49 anos. Os atuais companheiros/cônjuges são responsáveis pelas agressões quase que em sua totalidade. Contudo, ex-maridos e ex-namorados também figuram na lista. Há casos em que por mais de dez anos a mulher é submetida à violência dos parceiros, seja ela manifestada entre os diferentes níveis.
No Brasil, o disque-denúncia contabilizou 343.063 atendimentos nos sete primeiros meses, o que representa um incremento de 112% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando 161.774 ocorrências foram informadas. Segundo a Secretaria de Políticas para as Mulheres, São Paulo foi o Estado com maior quantidade de ligações para o 180 (47.107). Na sequência apareceram Bahia e Rio de Janeiro, com 32.358 e 25.274 mil ligações, respectivamente.
A estatística também analisou o total de ligações levando-se em conta a quantidade de atendimentos relativos à população feminina de cada Estado. O Distrito Federal foi quem mais entrou em contato com a Central, com 267 atendimentos para cada 50 mil mulheres. Em segundo lugar apareceu o Tocantins, com 245 e em terceiro, o Pará, com 237. Já Mato Grosso, registrou 134 ligações para o mesmo grupo do sexo feminino.