O Ministério Público e a Polícia Federal tomarão nesta quinta-feira um novo depoimento do empresário Luiz Antônio Vedoin, sócio da empresa Planam, empresa que operava o esquema de desvio de dinheiro público mediante a venda de ambulâncias superfaturadas para municípios com com verbas liberadas pelo Ministério da Saúde. A expectativa do procurador da República, Mário Lúcio Avelar é de que Vedoin, único preso até o momento, conte mais sobre o dossiê.
A principal preocupação diz respeito a necessidade de identificar todos os envolvidos, sobretudo os mandantes do esquema de compra do dossiê os quais ele até agora vinha preservando – possivelmente na esperança de tirar vantagens. “Agora ele não tem mais nada a perder” – observou o procurador da República Mário Lúcio Avelar, que acompanha as investigações. Luiz Antônio perder o direito a liberdade conquistado com a delação premiada.
Para a PF e o MP estão caracterizados crimes comuns e eleitorais no episódio. Mário Lúcio explicou que a compra de dossiê para prejudicar adversário político em si não configura crime, a não seja que o dinheiro tenha origem espúria, não declarada e a denúncia que se pretenda com o dossiê seja falsa. “Por isso é vital rastrear o dinheiro para detectar se houve meios ilícitos para desequilibrar o processo eleitoral” – explicou o procurador.
No dinheiro apreendido pela PF R$ 1,16 milhão mais 248 mil dólares havia pacotes de reais acondicionados com fitas identificadoras do banco. A cédulas eram novas e foram encontradas em ordem numérica. A Polícia Federal pretende concluir esta semana o caso da venda de dossiê anti-Serra e apontar a materialidade e a autoria do crime. Os autos servirão de subsídio para o processo por crime eleitoral, aberto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).