segunda-feira, 23/setembro/2024
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MPF em Mato Grosso avalia impactos ambientais de rodovia na maior cratera de asteroide da América do Sul

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Redação Só Notícias (foto: assessoria)

O Ministério Público Federal (MPF) informou hoje que fez uma inspeção para avaliar possíveis impactos ambientais na região conhecida como Domo de Araguainha. De acordo com especialistas, o local é considerado a maior estrutura de impacto meteorítico da América do Sul e teria sido formado há cerca de 250 milhões de anos, após colisão de um corpo celeste contra a Terra.

A cratera resultante do impacto tem 40 quilômetros de diâmetro e está localizada, em sua maior parte, no estado de Mato Grosso. O Domo de Araguainha cobre uma área de 1.300 km2, o que é equivalente a região metropolitana de São Paulo. Fazem parte do território do Astroblema (cratera de impacto) as cidades de Ponte Branca (MT), Araguainha (MT), Alto Araguaia (MT), Doverlandia (GO), Mineiros (GO) e Santa Rita do Araguaia (GO).

A inspeção, coordenada pelo procurador da República Guilherme Tavares, teve como objetivo avaliar os possíveis impactos socioambientais decorrentes da implantação da rodovia MT-100, que pode afetar a região central do Domo de Araguainha, bem como fomentar na região a importância ambiental e turística do Domo. Segundo Ruy Sousa Ojeda, estudioso da cratera, e Álvaro Penteado Crósta, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Domo é “um dos maiores eventos de extinção de vida em massa da história da Terra; este sítio pode ainda assumir importância crítica no estudo dos eventos de extinção”.

A visita técnica buscou conscientizar gestores públicos sobre a importância do sítio arqueológico – um dos encontros foi com o prefeito de Araguainha, Francisco Gonçalves Naves. No encontro com o gestor municipal, foi explicada a relevância da preservação do local e os benefícios que isso pode trazer para Araguainha. Uma das pautas foi a possibilidade de se criar um geoparque na região, com potencial para atrair muitos turistas ao pequeno município e, concomitantemente, preservar o Domo.

De acordo com a Unicamp, o Domo de Araguainha é um dos sítios geológicos brasileiros que figuram na lista “The first 100 IUGS Geological Heritage Sites”, promovida pela International Union of Geological Sciences (IUGS). A IUGS é uma comissão ligada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que define sítio de patrimônio geológico como um “local com elementos geológicos e/ou processos de relevância científica internacional, utilizados como referência com uma contribuição substancial para o desenvolvimento das ciências geológicas ao longo da história”, características plenamente contempladas pelo Domo de Araguainha.

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