O Ministério Público Estadual (MPE) recomendou a suspensão de mais um concurso público no Estado. Desta vez, o alvo das investigações é o certame que visa a contratação de 13 profissionais para a Prefeitura de General Carneiro (455 quilômetros de Cuiabá). Uma denúncia anônima encaminhada à Promotoria apontou que, no endereço onde a empresa responsável por organizar o concurso supostamente estaria instalada, na capital, funciona, na verdade, uma marmitaria.
Consta na portaria de instauração do inquérito civil que os números do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) não são divulgados no site da própria empresa, “nem tampouco dados que demonstrem que possui condições técnica suficientes para organização de concurso público da natureza do relatado no expediente”. A denúncia aponta também que o diretor de uma escola, que preside a comissão de organização, teria inscrito a própria esposa para concorrer a um cargo na rede municipal, o que levantou suspeitas. Outras vagas ainda estariam direcionadas para pessoas específicas, segundo o documento.
Diante das supostas irregularidades, o promotor que comanda as investigações, Marcos Brant Gambier Costa, recomendou à prefeita Magali Amorim Vilela e ao presidente da comissão organizadora a suspensão do concurso, “advertindo-os que a omissão ou recusa das providências acarretarão a promoção de ação civil pública”. Ambos serão convocados para prestar esclarecimentos. O prazo para conclusão do inquérito é de um ano.
As provas do concurso estavam marcadas para domingo (21). No total, 209 pessoas se inscreveram.
Este é o terceiro concurso que o MP recomenda suspender em menos de um mês em Mato Grosso. No final de janeiro, a promotoria encontrou indícios de irregularidades no concurso que oferecia cinco vagas para a câmara de Guarantã do Norte. Uma semana depois, o concurso com duas vagas para o Poder Legislativo de Lucas do Rio Verde foi suspenso, também após recomendação do Ministério Público.