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MPE denúncia cinco por envolvimento em chacina de nove pessoas em Mato Grosso

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 O Ministério Público Estadual denunciou por homicídio triplamente qualificado (mediante paga, tortura e emboscada) cinco acusados de participar da chacina que resultou na morte de nove pessoas, no dia 19 do mês passado, na localidade de Taquaruçu do Norte, no município de Colniza. Conforme a denúncia, os cinco integram um grupo de extermínio denominado “os encapuzados”, conhecidos na região como “guachebas” ou matadores de aluguel, contratados com a finalidade de praticar ameaças e homicídios.

No dia da chacina, quatro criminosos, a mando do quinto denunciado, foram até o local munidos de armas de fogo e facões e executaram Francisco Chaves da Silva, Edson Alves Antunes, Izaul Brito dos Santos, Alto Aparecido Carlini, Sebastião Ferreira de Souza, Fábio Rodrigues dos Santos, Samuel Antonio da Cunha, Ezequias Satos de Oliveira e Valmir Rangel do Nascimento.

O grupo de extermínio percorreu aproximadamente nove quilômetros – praticamente toda a extensão da região – onde foram matando, com requintes de crueldade, todos os que encontraram pelo caminho. “Os denunciados executaram as vítimas, em desígnios autônomos, de forma repentina e mediante surpresa, utilizando-se de crueldade, inclusive tortura, dificultando, de qualquer forma, a defesa dos ofendidos”, diz a denúncia.

A crueldade empregada pelo grupo de extermínio pode ser constada em cada vítima assassinada. Os corpos de Francisco e Edson foram encontrados com ferimentos provocados por arma de fogo, já a vítima Valmir tinha vários ferimentos provocados por golpes de arma branca. Ele foi encontrado degolado e com as mãos amarradas para trás. Os três estavam no lado direito da Linha 15.

Cerca de seis quilômetros à frente, em um verdadeiro rastro de morte, foi encontrado o corpo de Izaul, ao lado de sua casa. Ele também foi degolado e estava com as mãos amarradas para trás. Aldo foi morto por disparo de arma de fogo e Ezequias com golpes de faca no pescoço. Os dois estavam no km 2 da Linha 15.

Sebastião foi encontrado dentro de casa. Ele foi executado com golpes de facão. Os dois últimos corpos foram localizados nas proximidades de um córrego. Fábio e Samuel apresentavam ferimentos provocados por arma de fogo.

De acordo com a denúncia, o vigia do mandante dos crimes já havia avisado que haveria um atentado na Linha 15, alegando que quem atacaria seria “os encapuzados. “No dia, horário e local dos fatos foram vistos por testemunhas, sendo identificados os denunciados”.

A motivação dos crimes seria a extração de recursos naturais da área. Com a morte das vítimas, a intenção do mandante era “assustar” os moradores e expulsá-los das terras para futuramente ocupá-las.

O Ministério Público manifestou-se a manutenção da prisão preventiva dos denunciados “que se encontram custodiados por subsistirem os fundamentos que ensejam a constrição da liberdade”.

O promotor de Justiça substituto, Willian Oguido Ogama, pediu ainda a prisão preventiva do mandante da chacina, “uma vez que possui mandado de prisão temporária ainda não cumprido, tendo havido informações de que seu advogado já possui conhecimento dos fatos, havendo notícias de que pretendia negociar a sua entrega”.

O MPE também pediu a prisão preventiva de Moisés Ferreira de Souza, que também encontra-se foragido.

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