O Ministério Público do Estado (MPE) ofereceu denúncia por homicídio duplamente qualificado contra os 3 homens acusados de participação na execução do jornalista Auro Ida, 53. Destes, 2 já estão presos temporariamente, o suposto autor dos 6 tiros que mataram Ida, Evair Peres Madeira Arante, 19, o “Baby”, e o responsável por intermediar a morte do jornalista, Alessandro Silva da Paz, o Sandro. Rubens Alves de Lima, 29, mandante do crime, ainda está foragido.
Pelo homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e impossibilidade o trio, se condenado, pegará 12 a 30 anos de reclusão. A decisão em acatar a denúncia, encaminhada na última sexta-feira (28), é da juíza da 12ª Vara Criminal da Capital, Maria Aparecida Ferreira Fago.
Arante, Paz e Lima são moradores do Jardim Fortaleza, bairro em que Ida foi assassinado. As investigações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontam que o jornalista foi morto por motivo passional. Ida namorava Bianca Nayara Correa de Souza, 19, que havia se separado de Lima 3 meses antes do crime, cometido em 21 de julho. Pela execução, ele teria oferecido R$ 500 e uma pistola 380, usada no crime.
Durante a investigação, tanto o executor quanto o intermediário chegaram a ser detidos pela Polícia. Em depoimento, eles negaram qualquer envolvimento com a morte do jornalista. Dificultou o trabalho o fato de Bianca não ter reconhecido Baby como a pessoa que fez os disparos.
Desde o início, a tese de crime passional era a mais forte para os policiais da DHPP. Ida teria namorado várias jovens na região e, com isso, despertado a ira de várias pessoas no Jardim Fortaleza. E o fato de o atirador ter chegado ao local da execução, o portão da casa de Bianca, de bicicleta só reforçava a tese montada pelos policiais. Mesmo assim, os policiais não descartavam a tese de que a execução do jornalista teria sido motivada pelos artigos escritos.
Durante as investigações, vizinhos da jovem e outros moradores do bairro foram ouvidos e pouco acrescentavam ao caso. A prisão dos 2 acusados foi efetuada no dia 17 de outubro e anunciada pelo governador Silval Barbosa (PMDB), durante evento que lançou a etapa estadual da pelo desarmamento, no bairro Pedregal.
O crime – O jornalista Auro Ida, 53, foi morto com 6 tiros na noite de 21 de julho deste ano. Ele havia chegado ao Jardim Fortaleza para deixar sua namorada, Bianca Nayara Correa de Souza, 19, em casa. Antes, eles haviam passeado em um shopping da capital.
Ao parar o carro com a garota e seu irmão, um homem em uma bicicleta encostou no veículo e pediu para a jovem deixar o veículo. Assim que ela saiu, o assassino efetuou 6 disparos em direção a Ida, que morreu no local. Dos tiros, 4 atingiram o tronco, 1 a nuca e outro a boca.
O jornalista foi secretário municipal de Comunicação Social de Cuiabá, diretor de Comunicação da Câmara Municipal de Cuiabá, além de ter trabalhado em vários veículos de comunicação de Mato Grosso.