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MP pede prisão de juiz em Mato Grosso

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O juiz estadual aposentado, Pedro Pereira de Campos Filho pode ter a prisão preventiva decretada a qualquer momento. A representação foi protocolada pelo Ministério Público de Rondonópolis, na tarde de ontem. Os promotores Sérgio Silva da Costa, Dulcilei Ribeiro Ambrósio e Sasenazy Dalfenbach também incluíram no relatório de denúncia criminal filha do juiz, Fabiana Braga Campos, que na época trabalhava no gabinete da 3ª Vara Criminal de Rondonópolis.

Além da representação pela prisão preventiva do magistrado, o Ministério Público também vai requerer o bloqueio de todos dos bens do juiz. Dele e dos outros acusados em número de 23, que segundo as investigações de 14 meses da Polícia Federal fazem parte de uma suposta organização criminosa que trabalhava para beneficiar traficantes da região há alguns anos.

Entre os 13 crimes praticados pela quadrilha presa nos últimos dias em Rondonólis, o magistrado é acusado em crimes de venda de sentença, corrupção passiva, abuso de autoridade, formação de quadrilha e associação ao tráfico de entorpecente. Os promotores entendem, que Pedro Pereira e recebido propinas em dinheiro em troca de favorecimento de decisões judiciais.

As decisões, segundo as investigações da Polícia Federal, eram intermediadas por advogados que trabalhavam exclusivamente para traficantes. Todos os acusados aparecem em centenas de horas de conversas gravadas. Escutas telefônicas gravadas com autorizadas pela Justiça Federal.

Os promotores também acreditam que as conversas são provas reais dos crimes cometidos pelos integrantes da quadrilha presa durante a “Operação Overlord” desencadeada na semana passada. Além do juiz aposentado, o Ministério Público também estendeu o bloqueio dos bens para todos os presos.

ENTENDA O CASO

A Superintendência de Policia Federal de Mato Grosso, sediada em Cuiabá, deflagrou nesta sexta-feira (06) a operação “overlord”, com o objetivo de reprimir uma organização criminosa sediada na cidade de Rondonópolis, envolvendo, dentre outros, traficantes, advogados, policiais civis e um integrante do Poder Judiciário aposentado recentemente.

A investigação teve inicialmente por objeto a atuação de traficantes locais. Contudo, no decorrer dos trabalhos, verificou-se a participação de autoridades da cidade que, de uma forma ou de outra, contribuíam com o tráfico de entorpecentes em Rondonópolis.

Os trabalhos tiveram inicio em meados de 2005 e nesse período foi possível juntar provas contundentes contra todos os indiciados. Estas pessoas estão com a prisão preventiva decretada e responderão pelos crimes de tráfico de entorpecentes, associação ao tráfico de entorpecentes, corrupção passiva e ativa, prevaricação, concussão, formação de quadrilha ou bando, tráfico de influência, falso testemunho, falsidade ideológica, violação de sigilo funcional, extorsão, exploração de prestígio, dentre outros.

Foram expedidos 24 mandados de prisão e 28 mandados de busca e apreensão, os quais neste momento a Polícia Federal, em conjunto com a corregedoria da Polícia Civil do Estado de Mato Grosso, por determinação da Diretoria Geral da Policia Judiciária Civil, estão em diligência para o cumprimento. Cento e vinte (120) policiais federais participam da operação.

A Policia Federal vem a público declarar que tem o mais elevado apreço pela Polícia Civil do Estado de Mato Grosso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Poder Judiciário e que os integrantes ora indiciados não representam de forma nenhuma a classe a qual pertencem.

Em nenhum momento foi observado que a má conduta é endêmica. Acreditamos que estas instituições, em conjunto com a Polícia Federal, permanecerão fortes e unidas, prestando o bom serviço à sociedade, como já é costume.

A integração de todas as forças de segurança pública do Estado de Mato Grosso é o fator mais importante para que crimes desta natureza não mais ocorram neste ou em qualquer outro local. Mais informações sobre o andamento dos trabalhos serão repassados na medida que surgirem.

A Polícia Federal, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública e a diretoria da Polícia Judiciária Civil concederão coletiva à imprensa, às 13h, na sede da Polícia Federal, em Rondonópolis.

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