Pela quarta vez, um processo do tribunal do júri da Comarca de Sorriso foi redesignado sob argumento de problema de saúde do advogado do réu, o fazendeiro Ivanor Lunardelli, acusado de duplo homicídio.
O crime aconteceu em meados de outubro de 1995, vitimando mãe e filha, Sandra Fátima de Souza e Vanessa Caroline de Souza. O réu foi pronunciado e o primeiro júri foi marcado para 2002, quando o julgamento foi adiado por problema de saúde do advogado, que à epoca defendia o fazendeiro, Silas do Nascimento Filho.
Em 2004, nova data para o júri, sendo que em novo pedido da defesa por problema de saúde, o júri novamente foi redesignado. Neste ano, ficou marcado para 9 de setembro de 2005, quando outra vez a defesa tentou
redesignação utilizando-se do mesmo argumento. Desta vez, houve o indeferimento do pedido pelo Poder Judiciário local.
Um dia antes do julgamento, o advogado, Silas renunciou ao mandato, quando a juíza determinou esta quinta-feira, 13, para o ato, intimando o réu a constituir outro advogado. O réu nomeou o advogado Zoroastro Teixeira, que
igualmente ao anterior requereu outra data também utilizando idêntico argumento, problema de saúde.
O pedido foi indeferido e não conformado com a situação, Zoroastro ingressou com um habeas corpus no Tribunal de Justiça, obtendo uma liminar ontem, feriado, 12, suspendendo pela quarta vez o júri. O Promotor de Justiça de Sorriso, Marco Aurélio de Castro, entende que a
sociedade não pode pagar o preço de um julgamento que não ocorre por protelamento da bancada defensiva.
Ele disse que se alguém está doente nesse processo é a população que tem de conviver com o câncer da impunidade, ressaltando que se continuar sendo
alvo de ações protelatórias este processo certamente vai ingressar para o registro do guiness book, como sendo o processo com maior número de redesignações do júri já ocorridas.