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MP apresenta projeto Água para o Futuro e aponta que Cuiabá perdeu 46% das nascentes nos últimos anos

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O Ministério Público do Estado apresentará, amanhã, dia mundial da água, um balanço sobre o Projeto Água para Futuro que busca preservar e recuperar nascentes em Cuiabá. O promotor Gerson Natalício Barbosa explicou que, até o momento, foram identificadas 117 nascentes e 77 confirmadas.  Hoje, o Ministério Público tem 25 inquéritos civis instaurados para apurar os danos ambientais e as responsabilidades pelas irregularidades cometidas. São os casos, por exemplo, das nascentes do córrego Barbado, onde está localizado o Hospital Central; a do córrego Gumitá, onde está o Hospital do Câncer; a do córrego Quarta-Feira, nas proximidades da  Rodoviária; e a do Córrego Bangue, na MT 010. “Apesar de existir uma grande quantidade de nascentes em Cuiabá, parte delas foi ou está sendo degradada por ação do homem.

O projeto Água Para o Futuro foi idealizado há um ano e meio a partir de uma pesquisa feita pela concessionária dos serviços de água e esgoto a pedido do Ministério Público Estadual, e de estudos realizados pela Universidade Federal de Mato Grosso. A iniciativa conta também com a parceria do Instituto Ação Verde”, explicou.

As duas ferramentas que serão lançadas, nesta quarta-feira, segundo ele, buscam assegurar o envolvimento da sociedade nesta luta. No website do projeto o cidadão encontrará informações gerais sobre nascentes, sistema de captação de água e abastecimento e terá a chance de participar de um chat de bate papo com a equipe técnica para tirar dúvidas, fazer denúncias e dar sugestões sobre o tema.

Serão lançados o website do projeto e um aplicativo que possibilitará ao cidadão ajudar o Ministério Público na identificação de novas nascentes e no monitoramento. Já o aplicativo, desenvolvido para smartphone, possibilitará ao cidadão enviar imagens ou filmagens de nascentes ao Ministério Público. O material será analisado pela equipe técnica do projeto. Caso a nascente seja homologada no mesmo aplicativo há como acompanhar o monitoramento e o tratamento que está sendo dado a área. É possível também visualizar detalhadamente todas as nascentes catalogadas.

“A partir da confirmação da existência de uma nascente pela equipe técnica, são programados voos períodicos, no local exato onde foi identificada a nascente, com utilização de drone que registrará em alta definição a situação da fonte de água demonstrando com clareza os fatores de degradação e possibilitando o monitoramento”, informou o promotor, através da assessoria do MP.  "De 2008 para cá, já perdemos cerca de 46% das nascentes, aterradas por empreendimento ou invasões; das identificadas, cerca de apenas 2% estão preservadas. Isso pode levar a perda do abastecimento hídrico  pelo sistema superficial, ou 'fio d'água. Para quem pensa que é exagero, basta lembrar a situação de dois grandes centros políticos e financeiros de peso, São Paulo e Brasília, em crise hídrica, abastecidos por lagos de inundação, já atingidos pelo racionamento e desabastecimento", concluiu.

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