Vinte e cinco motoristas do transporte escolar paralisaram as atividades, esta manhã. Eles cobram da prefeitura algum tipo de medida contra a depredação dos veículos e maior respeito com os profissionais por parte dos estudantes. Segundo a categoria, os alunos causam danos aos ônibus, além de não respeitarem os motoristas.
Muitos se queixam que são humilhados durante o transporte pelos próprios estudantes. Além disso, afirmam que constantemente as poltronas dos ônibus são alvos de vandalismo e aparecem rasgadas, por exemplo. “É até difícil falar o que a gente passa. São muitas humilhações, pois eles (alunos) não respeitam a gente. Eles xingam a irmã, a mãe, o pai, o vizinho, a vizinha. Eles xingam os pedestres também e isso são coisas que não admitimos. Eles gritam no ouvido da gente, xingam a gente de tudo o que é nome. É complicada nossa situação como transportador desses alunos”, disse o motorista Rui Rubner.
“A espuma é uma pequena amostra do que eles tiram do banco. Eles estragam também vidro, lataria dos ônibus, placa de identificação. Não sei que graça que eles vêm nisso, já que isso é do próprio uso deles. Se faltar uma espuma dessas e caso aconteça um acidente, eles batem a cabeça no banco da frente e vão machucar ainda mais”, contou o profissional.
A secretária de Educação, Lenide Pereira, afirma que a paralisação pegou o Poder Público de surpresa e acredita que parar não é a melhor forma de resolver o problema. “Recebi essa informação (da paralisação) de maneira surpreendente, não que isso não seja motivo, mas não tínhamos nenhuma menção de que eles tinham a intenção de fazer isso. Eu vim para a garagem dos ônibus e perguntei o motivo, pois eu não sabia desta paralisação. Eles nos passaram e já tínhamos conhecimento desses problemas, mas temos ações de pelo menos minimizar a situação. A gente sabe que a situação é delicada, mas o transporte escolar é um serviço essencial e não pode ser paralisado”.
Amanhã o transporte voltará a funcionar normalmente.
A reclamação dos motoristas já foi alvo de uma reunião entre pais, Secretaria Municipal de Educação e Ministério Público Estadual, na semana passada. Chegou até a se cogitar o pedido para que a Polícia Civil abra investigação para apurar os atos de vandalismo.
Segundo a prefeitura, o conserto impede que a administração faça novos investimentos no setor.
(Atualizada às 10h40 – fotos: Rafael Souza)