Faleceu hoje um dos principais líderes indígenas em Mato Grosso, o cacique Aritana Yawalapiti, 71 anos. Ele estava hospitalizado em Goiânia (GO) há cerca de duas semanas após ser diagnosticado com Covid-19. Inicialmente, foi levado a um hospital em Canarana, na região Araguaia. Com dificuldades respiratórias e hipertenso, o cacique foi transferido para Unidade de Tratamento Intensivo na capital goiana e esta manhã não resistiu.
Familiares que acompanhavam o tratamento dele em Goiás estão providenciando o traslado do cacique para a aldeia, em Mato Grosso.
Aritana morava no Alto Xingu, em Mato Grosso, é reconhecido mundialmente por sua atuação na defesa dos direitos dos povos indígenas e da preservação do meio ambiente. Foi um dos últimos falantes do idioma materno de seu povo, o Yawalapiti, também quatro línguas indígenas e português.
Uma de suas últimas declarações, em julho, foi de agradecimento ao apoio de um organismo internacional e Aritana também falou do crescimento de casos de Covid e disse que os indígenas também estavam “preso aqui na aldeia”.
Por sua liderança e luta na defesa dos povos indígenas, Aritana recebeu diversas homenagens. Do governo do Estado, por exemplo, foi homenageado com a comenda Mérito de Mato Grosso.
O governo do Estado manifestou pesar. “É uma enorme perda para Mato Grosso. Aritana era um grande ativista e dedicou sua vida em defesa da cultura e dos direitos indígenas. Nossa solidariedade à família, aos amigos e a toda a comunidade indígena por esse momento de dor”, afirmou o secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho.
O ex-ministro e ex-governador Blairo Maggi disse que “perdemos mais um bom amigo: cacique Aritana do Alto Xingu. Sensato, equilibrado e respeitado. Descanse em paz”.
Há poucos dias, outro expressivo líder indígena, o cacique Raoni Txucarramãe, 89 anos, ficou hospitalizado alguns dias em Sinop, para tratamento de úlceras, teve alta e retornou para sua aldeia no Xingu.