A Polícia Civil confirmou que faleceu hoje de manhã, Juliana Valdivino da Silva, de 18 anos, no hospital municipal de Cuiabá. Ela foi levada a unidade de saúde, no último dia 10, transferida de Paranatinga (384 quilômetros de Cuiabá) com queimaduras de segundo e terceiro graus em 90% do corpo e não resistiu.
O corpo será encaminhado ao Instituto Médico Legal para exames de necropsia. Ainda não há informações sobre os procedimentos fúnebres.
Conforme informou a Gazeta Digital, Juliana estava internada em coma, mas acordou no último final de semana. Ela conseguiu detalhar o crime para a mãe. Porém, o quadro clínico piorou, ela precisou ser intubada novamente e não resistiu aos ferimentos.
A investigação da delegacia de Paranatinga apontou que o suspeito, de 20 anos, ex-namorado da jovem, foi o autor do feminicídio. Ele teve o mandado de prisão preventiva cumprido pela Polícia Civil no dia 16. O agressor, que também teve 50% do corpo queimado durante a ação criminosa, teve o mandado de prisão preventiva decretado pela Comarca de Paranatinga e cumprida no hospital de Cuiabá.
As investigações iniciaram no dia 9 após as forças de segurança serem acionados sobre um incêndio em uma residência, no bairro Ipê Florido. Os policiais foram informados de que um casal havia sido encaminhado ao hospital da cidade e a jovem com 90% do corpo queimado.
Durante a apuração dos fatos, havia um confronto de narrativas em que familiares do suspeito relatavam que havia ocorrido uma tentativa de suicídio, em que a jovem tentou evitar a ação do companheiro sendo atingida. Porém, segundo a polícia, a versão apresentada ficou pouco provável, em razão da gravidade das lesões no corpo da vítima, sendo posteriormente colhidas novas informações de que se tratava de um crime de tentativa de feminicídio, sendo relatado pela própria vítima que o seu ex-companheiro jogou álcool e posteriormente ateou fogo nela.
A Polícia Civil aprofundou nas investigações, conseguindo identificar o posto onde o suspeito comprou R$ 13 de combustível para causar o incêndio. Em seguida, o suspeito inventou uma história para atrair a vítima até sua residência, ocasião em que ateou fogo no corpo da ex-companheira. O álcool jogado na vítima caiu no próprio suspeito, que também teve o corpo lesionado.
O delegado de Paranatinga, Gabriel Conrado Souza, representou pelo mandado de prisão preventiva contra o suspeito pelo crime de tentativa de feminicídio, que foi prontamente deferido pelo Poder Judiciário. “O casal que se relacionou por três anos estava há três meses separado, porém ele não aceitava o fim do relacionamento. A mãe da vítima relatou que no dia dos fatos, a filha chegou a falar que se ela sumisse, o responsável seria o seu companheiro, já indicando o medo de que sua vida fosse tirada por ele”, disse o delegado, através da assessoria.
A Polícia Civil informou ainda, através da assessoria, que o suspeito ao ser informado sobre o mandado de prisão, não manifestou nenhum constrangimento ou arrependimento do crime praticado.
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