O soldado do Corpo de Bombeiros, Valmir Bezerra de Jesus, lotado na 3ª Companhia de Tangará da Serra, morreu, nesta manhã, na UTI de um hospital particular de Cuiabá. Ele estava internado desde o dia 25 de março, quando passou mal durante uma ocorrência de resgate.
Ele desmaiou após participar do resgate de duas pessoas dentro de um ambiente confinado e subterrâneo de um silo. Ele respirava com ajuda de aparelhos e se alimentava por meio de sonda. No sábado, um boletim médico informou que o bombeiro estava com 80% das funções dos pulmões comprometida.
Na sexta-feira, ele havia apresentado sensível melhora com 1% das funções dos pulmões restabelecidas, sem febre. Continuou realizando hemodiálise, procedimento necessário para garantir uma recuperação, porém se apresentava debilitado. Um exame dos componentes que Valmir teria inalado e inspirado aguardava por resultado que deveria ser concluído nesta semana.
Parte dos resultados da inalação apresentou presença de um componente químico ‘brodifacoum”, utilizado como raticida. A análise da água contaminada seguiu para a cidade de São Paulo e aguardava conclusão. O quadro clínico continuava estável. Estava sedado e recebia medicação para controlar o estado infeccioso dos pulmões, porém, nesta madrugada o quadro evoluiu e Valmir não resistiu.
A ocorrência
No dia 25 de março, uma equipe de bombeiros foi solicitada para realizar o resgate de duas pessoas que ficaram presas num poço de um silo com soja armazenada. Ao descer no poço com todo o equipamento individual de salvamento, Valmir escorregou e ao cair, bateu a cabeça em uma viga de concreto. No fundo existia água e gases resultantes da fermentação com a mistura do arroz, Valmir acabou inalando gases e inspirando um pouco de água.
No poço estavam duas vítimas, uma estava inconsciente e a outra sufocada pela falta de ar. Logo atrás, vinha o cabo Silveni e o sargento Rampim. O cabo desceu amarrado, chegou ao fundo e fez a retirada da vítima insconsciente e do soldado, por último fez a retirada da vítima consciente que estava sufocada.
Apavorada a vítima agarrou a mascara facial de proteção respiratória que acabou saindo da face de Silveni que em seguida sentiu mal, mas conseguiu fazer o resgate. Eles foram levados para a Unidade Mista de Saúde e, no mesmo dia, à tarde, foram liberados pelo médico. De acordo com a equipe médica, Valmir teve duas paradas cardiorrespiratórias.