Representantes dos moradores do bairro Alto da Glória apresentaram, ontem à tarde, à prefeitura, três áreas cujos proprietários manifestaram intenção de fazer troca de imóveis para construção do Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE) onde ficarão adolescentes infratores. A primeira é de cinco hectares, nos fundos do bairro Vila Lobos. A segunda, na estrada Silvana, também tem cinco hectares. Na estrada Adalgisa, a área sugerida é de três alqueires. Todas precisam atender as questões de licenças ambientais, mobilidade urbana e ainda se vai ser possível desenvolver atividades escolares, esportivas, culturais e de profissionalização.
Segundo o presidente do bairro, Agnaldo Rossi, a localização das áreas será enviada ao Ministério Público Estadual. "Temos esta semana para enviar a posição geográfica de cada uma. Na sequência, a promotoria fará vistorias nas áreas".
O promotor Nilton Padovan disse, esta manhã, ao Só Notícias, que vai analisar os imóveis e as encaminhará parecer para Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos. "A secretária é quem vai determinar se os os locais estão dentro das normas do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo. Se estiver, será analisada a viabilidade de troca. Até que tudo isso aconteça o processo de doação da área atual não será interrompido".
A troca poderá ser feita através de um acordo com prefeitura que se comprometeu, com a associação de moradores, revogar a doação dos quatro hectares, na estrada Ângela, a poucos metros da BR-163, por uma mais afastada do bairro Alto da Glória. Os moradores são contrários a construção do centro no bairro. Segundo eles, nenhum momento foram ouvidos à respeito da instalação e querem que seja construída em outro lugar. A principal preocupação é com a segurança, já que o presídio Ferrugem também fica nas proximidades. Anteriormente, eles protestaram, na praça Plínio Callegaro, e na câmara de vereadores.
Conforme Só Notícias já informou, o centro deve ser construído pelo governo estadual. A doação da área é resultado de uma parceria entre Estado e município, que iniciou em 2010. Em outubro do ano passado, foi assinado termo de ajustamento de conduta, junto ao Ministério Público Estadual, e estabelecido que a prefeitura doasse a área e o governo executar a obra.