Após quase um ano da Copa do Mundo 2014 em Cuiabá, uma das primeiras obras lançadas para melhorar a mobilidade urbana para o Mundial, a complementação da avenida Gonçalo Antunes de Barros (Jurumirim), nas proximidades dos bairros Novo Mato Grosso e Jardim Três Lagoas, ainda não foi concluída e segue abandonada. Iniciada há quase três anos, a obra está parada há um ano e meio e não há previsão para retomada. Na região, além do prolongamento, estava prevista a obra da ponte sobre o rio Gumitá, que já foi entregue.
Em meio à terra, lixo e matagal, a ponte de concreto faz um contraste entre a esperança do asfalto e o abandono da obras. O lixo e mato tomaram conta das margens da rua e os moradores reclamam das queimadas feitas no local, da falta de iluminação e dos criadouros do mosquito da dengue.
Moradora do bairro Novo Mato Grosso há mais de 30 anos, a aposentada Maria de Lurdes Souza, 71, define como descaso a situação da obra. “Construíram a ponte, passaram o maquinário na rua, prepararam para começar o asfalto e sumiram. Há mais de um ano vivemos aqui nesse descaso”. A professora aposentada Deinir Suzan Santos, 53, moradora do bairro, afirma que a população precisa de uma solução. De acordo com ela, na época para o início das obras algumas famílias tiveram até mesmo que se mudar, porque houve desapropriação para a construção do asfalto. Outras tiveram que recuar muros, mas mesmo com o esforço dos moradores a obra não foi terminada. “Tiraram famílias, nos deram esperança de um asfalto na porta de casa e o que temos hoje é lama e buracos”. Conforme a professora, nos períodos de chuva a rua fica intransitável.
De acordo com a aposentada que passa pelo local todos os dias, o lixo acumulado, além de causar incomodo pelo odor, e muitas vezes pela fumaça provocada pelos próprios moradores que colocam fogo nos resíduos, ainda tem prejudicado a saúde. “Eu mesma já tive dengue e muita gente da redondeza também. Desconfiamos que seja de criadouros daqui, por isso muita gente põe fogo para tentar eliminar o lixo”.
O morador Júnior Lucas Cruz, 34, afirma que a conclusão da obra trará melhorias para o bairro e afirma que a iluminação precisa ser resolvida o quanto antes. “A rua é muito escura e cheia de mato, o que representa perigo para os moradores”.
Com 1,2 km de extensão e orçado em R$ 1,3 milhão, o projeto previa a complementação da pavimentação da Jurumirim e das ruas B, C, D, até o bairro Morada da Serra. Junto à avenida Dante de Oliveira, que passaria (depois da conclusão da Jurumirim) a ser uma via de mão única, a avenida serviria para desafogar o trânsito na região. A obra do córrego Gumitá, já entregue, custou investimentos na ordem de R$ 1,2 milhão. A ponte em concreto tem 30 metros de extensão e interliga os bairros Novo Mato Grosso e Três Lagoas.
O outro lado – De acordo com a assessoria de imprensa da Secretária de Estado de Cidades (Secid), que assumiu a obra, o contrato com a antiga empresa foi extinto ainda na época do início dos trabalhos após serem encontradas irregularidades e descumprimentos de prazos. A empre-sa concluiu apenas cerca de 20% dos trabalhos.
Agora, o governo tem feito um levantamento da situação da obra para estudar a viabilidade dela, mas ainda não há previsão para retomada. No contrato extinto estava previsto também a iluminação do trecho, que portanto segue também sem previsão.