Uma região em conflito, está fora do roteiro de viagem de muitas pessoas, porém, o mato-grossense Isidoro Junior, 32 anos, escolheu a Cidadela de Erbil, no coração do Curdistão iraquiano, no Oriente Médio para atuar como voluntário em um campo de refugiados. A cidade é a quarta maior do país, depois de Bagdá, Baçorá e Mossul. Entretanto, uma das regiões mais pacíficas está a cada minuto mais tensa, devido a política entre o Curdistão iraquiano e a autoridade central de Bagdade, após o anúncio da vitória anunciada e inequívoca do "sim" no referendo independentista realizado segunda-feira, 25 de setembro.
Isidoro é vereador por Nova Guarita (200 km de Sinop) se licenciou do mandato para participar como voluntário. O encerramento das fronteiras, com a consequente suspensão da passagem terrestre de bens comerciais, assim como o controlo do espaço aéreo, são as primeiras armas a que Bagdade pretende recorrer para isolar e pressionar as autoridades da região, até agora autónoma, do Curdistão iraquiano. Desta forma os missionários podem ficar presos no país.
Em vídeo publicado nas mídias sociais, ele relata a situação que os voluntários ir embora por causa do possível conflito entre o território independente do Curdistão e Síria, Irã, Iraque e Turquia. As fronteiras serão fechadas hoje. “O sentimento é de frustração, pois estávamos começando a engrenar os trabalhos e começando a ganhar a confiança das pessoas, e principalmente das crianças. É muito triste ter que abandonar tudo, as amizades que estávamos construindo com muita dificuldade por causa dos costumes e do idioma, a estrutura para atendimento a quem precisava, enfim, é muito triste, é muito frustrante mas ao mesmo tempo nos ensina algo. Quantas famílias que hoje estão naqueles campos fizeram algo muito mais radical, Abandonando tudo, e quando digo isso, não falo somente de coisas materiais, estou dizendo de amigos e familiares que não puderam ser avisados da tragédia que se aproximava”, diz.
O propósito do missionário no local era levar tratamento médico e odontológico, educação sanitária entre outras do gênero. “Aprendi desde cedo com meus pais a ajudar o próximo, vir para o Iraque foi uma oportunidade de fazer isso em outro país”, afirma.
O grupo de 16 voluntários da ONG Get a Smile + ADRA, saíram do Brasil no dia 23 de setembro e a previsão de retorno era para 14 de outubro.
Esta não é a primeira vez que Isidoro Junior participa como voluntário em outro país. Em 2013 por 30 dias ele esteve em Guine-Bissau, na África Ocidental.