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Ministérios e Unesco discutem recursos hídricos da Amazônia hoje em Cuiabá

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Representantes dos Ministérios do Meio Ambiente e da Integração Nacional
estarão reunidos hoje, no Hotel Paiaguás, das 8 às 18h para acompanhar o último
dia da oficina “Experiências Locais no manejo de Recursos Naturais nas
Cabeceiras do Rio Xingu”, do projeto AquaBio. O evento, que teve início dia 17,
visa mostrar um cardápio de opções de experiências sustentáveis existentes no
Estado para serem conhecidas e reaplicadas nos locais de abrangência do
projeto, que começa a diagnosticar os problemas nas áreas, no caso de Mato
Grosso, nas cidades de Água Boa, Querência e Canarana, todas localizadas às
margens do rio Xingu, no segundo semestre deste ano.

O projeto de Gestão da Biodiversidade Aquática e dos Recursos Hídricos na
Amazônia – AquaBio teve início em 1999 e este ano está em fase de conclusão de
sua elaboração. É realizado pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com a
Unesco e atua nos nove estados da Amazônia Legal, (Acre, Amazonas, Roraima,
Amapá, Pará, Maranhão, Tocantins, Rondônia e Mato Grosso). Mas as ações diretas
no campo serão limitadas a três sub-bacias. Mato Grosso está entre os três
estados contemplados juntamente com Amazonas e Pará. Nestes estados serão
trabalhados os rios Negro, Tocantins e Xingu.

A coordenação das atividades da oficina está a cargo do Instituto Floresta, que
tem no currículo, sucesso no trabalho de prevenção ao Fogo através do Programa
Fogo, cujos resultados positivos em todo o Norte do Estado nos seis anos de
projeto, já são conhecidos. O AquaBio visa promover ações estratégicas que
internalizem os objetivos de conservação e uso sustentável dessa biodiversidade
nas políticas e programas de desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sendo
assim, a oficina apresenta um panorama de experiências de sucesso que acontecem
em 18 cidades de Mato Grosso. Participam 32 municípios. “Estas experiências são
uma alternativa à crise do atual modelo econômico da Amazônia como a pecuária e
as monoculturas”, explica a diretora-presidente do Instituto Floresta, Marília
Carnhelutti.

Os ecossistemas dos rios amazônicos de águas claras e pretas e suas planícies
de inundação são os alvos do AquaBio porque contém uma rica diversidade de
flora e fauna aquática de importância global. Cerca de 58% da bacia amazônica
se situa no Brasil. Aproximadamente 30% dos peixes de água doce de rios estão
na parte brasileira e sofrem tremenda ameaça como a conversão de áreas
inundáveis para agricultura e pastagens, exploração madeireira indiscriminada,
mudanças nos regimes fluviais decorrentes de reservatórios hidrelétricos e
canais de navegação, entre outros.

O gerente técnico do AquaBio, João Paulo Viana, explica que os rios Negro e
Tocantins foram selecionados pelo fato de estarem em bom estado de conservação
e abrigarem importantes recursos pesqueiros a serem preservados e o Xingu por
estar com a biodiversidade bastante ameaçada. “O projeto tem prazo de estar concluído em seis anos, sendo que este primeiro ano será utilizado para a realização do diagnóstico que vai subsidiar os próximos anos”, explica Viana. O AquaBio é um projeto de mais de US$ 17 milhões, dos quais US$ 7,181 milhões são do Global Environmet Fund (Gef).

O restante está dividido em: União – US$ 6,7 milhões, Governo de Mato Grosso –
US$ 482 mil, Governo do Amazonas – US$ 586 mil, Banco Mundial – US$ 559 mil,
Rain Forest Trust Fund US$ 1,465 mi e beneficiários – US$ 78 mil.
Experiências interessantes – Viana afirma que gostou do que foi explanado na
oficina e que várias, senão todas as experiências têm chance de serem
replicadas no AquaBio.

A programação de hoje traz pela manhã os temas: Manejo de Pastagens,
Ecoturismo, Cooperativismo, Piscicultura e Artesanato. À tarde acontece a mesa-redonda que vai contar com a participação de Viana e João Carlos Gomes, ambos do MMA; representantes do Ministério da Integração Nacional, Julio Miragaya e Celso
Pereira (atuantes no âmbito do Plano BR 163), do secretário de Estado de Meio
Ambiente, Marcos Machado, o secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA,
Gilney Viana, o gerente-executivo do Ibama de Cuiabá, Paulo Fernando Maier e o
coordenador da Unesco em Brasília, Celso Schenckel.

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