Apenas 25% da população de Mato Grosso é contemplada com coleta de esgoto. Do esgoto coletado, cerca de 9% não recebe nenhum tratamento antes de ser despejado nos rios e córregos do Estado. O dado consta no Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias hidrográficas divulgado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Ministério das Cidades.
O documento divide o país em 12 regiões hidrográficas: Cuiabá e Várzea Grande estão inseridas na Região Hidrográfica do Paraguai. Em 2010, o percentual da população da região – que também abrange Mato Grosso do Sul – com rede de esgoto era de 29%, abaixo do percentual nacional de 45%. Quanto ao esgoto tratado, a região apresentava um percentual de 19%, abaixo da média nacional de 30%.
Em Cuiabá a coleta de esgoto fica em torno de 45% e, em Várzea Grande, 16%. Para a engenheira sanitarista Eliana Rondon, professora da UFMT, o Atlas é importante por chamar a atenção da sociedade da importância dos gestores investir em saneamento. “Não adianta querer preservar mananciais se não olharmos para o todo. Temos que cuidar do esgoto, dos resíduos sólidos e de tudo que possa denegrir o meio ambiente. Nossa estrutura de coleta e de tratamento de esgoto não evoluiu. Em Cuiabá perdemos o PAC que resolveria 80% da universalização do esgoto na nossa cidade”.
A professora aponta que em dezembro será lançado o atlas mato-grossense. “Será semelhante ao Atlas da Agência Nacional, mas com uma lupa sobre nossas cidades. São 108 municípios contemplados. A partir dele faremos o Plano Estadual da Bacia Hidrográfica para o Pantanal”, destaca.