Mato Grosso ainda deve enfrentar alguns dias de estiagem até a chegada estação chuvosa. Segundo dados do Instituto Clima Tempo, não há previsão de chuvas para as próximas semanas e o calor deve continuar intenso. A partir da primeira quinzena do próximo mês deve chover, encerrando ciclo de vários meses sem chuvas no Estado.
Entre outubro e dezembro, por outro lado, a previsão é de excesso de chuvas, conforme o meteorologista, professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Luiz Carlos Molion, durante palestra sobre perspectivas climáticas.
Ele também abordou as previsões para as chuvas no período de safra em Mato Grosso. “O volume de chuva estará em torno de 700 a 750 milímetros no acumulado, o clima deve ser muito propício (para a safra 2021/2022)”, declarou Molion, durante 1º Simpósio Técnico Aprosoja, realizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).
O pesquisador explicou ainda, que a média de água para uma boa safra é cerca de 600 milímetros. “A minha preocupação é que se chover muito, quando for janeiro a março de 2022, pode atrasar a colheita e prejudicar a safrinha. Se chover muito no primeiro trimestre do ano que vem pode prejudicar a colheita, mas chuva posso garantir que não vai faltar”, declarou Molion.
De acordo com o meteorologista, os mapas avaliados este mês mostram que o oceano Atlântico está aquecido e ele é uma grande fonte de umidade concentrada que pode ser convertida em chuva em Mato Grosso e na Amazônia como um todo.
De acordo com a agrônoma e gerente de Defesa Agrícola da Aprosoja, Jerusa Rech, os produtores do Estado estão prestes a iniciar a próxima safra a partir do dia 16 de setembro, com o fim do vazio sanitário. E liberados para plantar é que entram os desafios da cultura de soja e milho.
“O professor Molion já faz parte do nosso cenário, esta já é a quarta vez que ele trabalha conosco para falar sobre as perspectivas climáticas para o início da safra. Ele tem sido muito assertivo em suas colocações, o que traz mais segurança ao produtor rural para ele tenha uma ideia de como conduzir o plantio da soja e do milho”, disse Jerusa.
A agrônoma disse também que, todas essas temáticas são debatidas no Simpósio Técnico Aprosoja, principalmente as que envolvem as condições climáticas. “No decorrer da safra o clima afeta diretamente a questão de pragas e ocorrências de doenças, que são fatores determinantes para uma boa condução no plantio”.
O vice-presidente da Aprosoja, Lucas Costa Beber, o professor e doutor Molion é uma pessoa renomada com vários estudos baseados no fator climático e tem acertado muito. “Ano passado ele trouxe previsões que incomodaram os produtores, por conta da falta de chuva, e esse ano ele veio novamente apresentar aos agricultores as previsões climáticas para que possamos nos planejar para a próxima safra”, declarou.