A equipe médica tentou pela segunda vez sem sucesso retirar as três agulhas que foram enfiadas na cabeça de um bebê de 3 meses em um suposto ritual religioso. A intenção era retirar as agulhas e drenar o hematoma intracraniano, mas os cirurgiões avaliaram que haveria alto "risco de sangramento e lesão cerebral" e decidiram esperar mais.
O bebê, que é de São Pedro da Cipa (região Sul), está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica da Santa Casa de Rondonópolis e ainda tem uma quarta agulha inserida no tórax.
O hospital emitiu boletim médico sobre o estado de saúde da criança, esta manhã, indicando que, apesar de tudo que passou, está estável, respirando sem ajuda de aparelhos, se alimentando com boa sucção e aceitando bem o alimento. O boletim que a paciente exige "observação rigorosa".
O delegado que investiga o caso e preside o inquérito, Marcelo Melo, já adiantou que vai indiciar o pai de 28 anos e a mãe, 17 anos, por tentativa de homicídio doloso. Eles estão detidos. Também vai indiciar pelo mesmo crime a líder religiosa, 42 anos, a filha dela e o genro, que também foram presos.
Todos são acusados de participar do ritual em que a criança foi colocada no centro de um círculo enquanto as agulhas eram introduzidas em seu corpo. O delegado ficou sabendo que a criança estaria sofrendo maus tratos, em ritual de magia, e encaminhou equipe de investigação à São Pedro da Cipa.
A informação que ele obteve é a de que os pais receberam R$ 250 para autorizar as agulhadas na menina.
O Conselho Tutelar denunciou à polícia o caso que começou a repercutir no dia 14 deste mês.