Profissionais de duas categorias entram em greve a partir desta segunda-feira (11) em Mato Grosso. Os servidores de áreas técnicas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) de Várzea Grande. Enquanto os técnicos da universidade que totalizam cerca de 3 mil servidores têm entre as principais reivindicações da categoria o aumento dos salários, os cerca de 350 médicos da rede pública de saúde querem o cumprimento total de acordo já firmado pela Secretaria Municipal de Saúde em abril de 2011, porém, não cumprido em sua totalidade. Exigem ainda verbas indenizatórias atrasadas e a implantação definitiva da lei 3.723/2012 que substitui as verbas indenizatórias.
Na UFMT, além das unidades de ensino na capital e no interior, trabalhadores do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) também pensam em cruzar os braços e decidirão sobre o assunto na terça-feira. Os técnicos se juntam ao corpo docente da instituição, que deflagrou o movimento grevista no dia 17 de maio e até o momento não obteve avanço nas negociações junto ao governo federal. A categoria cobra o reajuste do piso salarial para o equivalente a 3 salários mínimos, R$ 1.866. Atualmente, o vencimento inicial dos servidores é de R$ 1.034.
A categoria se reuniu na última na quarta-feira (6), na UFMT, para ratificar a paralisação, decidida em nível nacional. Segundo uma das coordenadoras do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFMT (Sintuf/MT), Ana Bernadete de Almeida Nascimento, desde 2007, nenhum ponto dos acordos firmados, exceto a correção da tabela da carreira, foi cumprido. "Com isso temos o menor salário do serviço público federal, desvalorizado ano após ano e sem perspectiva de melhora". Com a greve, ficam fechados todos os institutos da UFMT, além dos campi de Sinop (500 km ao norte da Capital), Rondonópolis (212 km ao sul da Capital) e Barra do Garças (509 km a leste da Capital). Em Cuiabá, os serviços prestados a comunidade acadêmica, como a biblioteca e o restaurante universitário também terão as atividades suspensas. Apenas o zoológico e o hospital veterinário deverão manter em 30% o número de profissionais trabalhando.
Já em Várzea Grande o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindmed) realiza um ato às 8h desta segunda-feira para iniciar a greve geral dos profissionais, decidida em assembléia no dia 4 de junho. "O Sindimed-MT convoca todos os médicos do município para comparecerem em frente ao Pronto-Socorro de Várzea Grande para realização de ato de protesto" diz em comunicado informando ainda que estarão presentes representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) e Associação Médica. "Basta de desrespeito com a classe médica", enfatiza a nota do Sindimed presidido pela médica Elza Queiroz.
A Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande já está ciente da paralisação que acontecerá nas policlínicas e Pronto-Socorro. Alega "que em nenhum momento o secretário municipal, Marcos José da Silva, deixou de receber e ouvir o sindicato. Para o secretário de saúde alguns profissionais estão dirigindo a situação de maneira imprópria e comportamento duvidoso, já que a secretaria cumpriu e está cumprindo as reivindicações solicitadas pelo sindicato no último movimento de greve iniciado ao período de apenas quatro meses atrás". Destaca ainda que a secretaria nunca fechou as portas ao diálogo e entendimento, situação que se mantém. Mesmo com a greve iniciada o Sindimed se comprometeu, em documento, a atender em 100% o box de emergência do PSVG e 30% no Pronto Atendimento.