Médicos de Cuiabá decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, a partir da próxima terça-feira (26), devido à falta de reajuste no Índice de Valorização da Qualidade (IVQ), além das péssimas condições de trabalho encontradas nas unidades privadas e filantrópicas credenciadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Com isso, os atendimentos nos hospitais como Santa Casa de Misericórdia e Santa Helena e SóTrauma serão paralisados. Os profissionais decidiram em assembleia realizada pela categoria, ontem à noite, pela paralisação de 100% dos atendimentos ambulatoriais e eletivos, bem como a manutenção dos de urgência e emergência. Os médicos de Cuiabá haviam deflagrado o estado de assembléia permanente no último dia 14 de março, quando aprovaram o indicativo de greve.
Na época, foi dado o prazo de 30 dias para que a prefeitura de Cuiabá e o Conselho Municipal de Saúde se posicionassem sobre o assunto, além de que encaminhassem à categoria os documentos necessários para análise do pagamento dos valores referentes ao IVQ, bem como o índice pelo qual o Gestor Público afere a produtividade e a qualidade dos atendimentos realizados pelos profissionais.
“Eles foram comunicados da decisão, mas não deram nenhum crédito. Sequer viabilizaram a mesa de negociação com a categoria, muito menos encaminharam os documentos requeridos”, pontuou o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT) Edinaldo Lemos.
A proposta é a criação de uma lei que regulamente o pagamento do honorário. O índice foi criado em 2002 para tentar corrigir a defasagem da tabela SUS, cujos valores, segundo a categoria, são incompatíveis com o grau de responsabilidade do trabalho médico. Assim, a crise na saúde atinge mais um setor da classe médica.