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Mato Grosso teve 436 casos de estupros este ano

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Dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejudh) apontam que, de janeiro até a penúltima semana de junho, foram registrados 436 estupros em todo Estado. Desse total, 112 ocorreram em Cuiabá e Várzea Grande, número que representa cerca de 26%. Apenas na capital foram 78 registros e em Várzea Grande 34 ocorrências.

Apesar de relevantes, os números são menores do que do mesmo período do ano passado. Nesse ano, no entanto, casos como o de um maníaco do Amazonas, que teria feito diversas vítimas na Grande Cuiabá, assim como uma mulher que foi estuprada duas vezes após o criminoso entrar no seu carro quando ela estava parada em um semáforo, em Várzea Grande, assustaram a sociedade.

Para a defensora pública da Vara de Violência Doméstica e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso, Rosana Leite Antunes de Barros, os números de 2015, mesmo oficiais, estão longe da realidade. Ela explica que os casos de estupro contra mulheres devem ser, no mínimo, o dobro do que foi registrado. “Infelizmente, em muitos casos, as mulheres ainda decidem por não denunciar, o que acaba deixando de ser registrado e mostrado nas estatísticas”.

Lembra ainda que muitas vítimas são violentadas por anos, sem nunca se queixarem. Um exemplo dessa realidade é da mãe de uma vítima, que descobriu que seu companheiro de 10 anos estava abusando de sua filha de 10 anos. Segundo a mulher de 38 anos, que hoje faz terapia junto da filha, o “monstro” além de abusar de sua menina ainda conseguiu por um tempo destruir o relacionamento das duas. “Eu comecei a desconfiar, mas ela não me dizia nada porque ele a ameaçava. Quando eu perguntava ele me dizia que eu estava louca, e eu acabava acreditando que estava”.

Foram alguns anos debaixo desses abusos tanto físicos como mentais que ocorriam com as duas, até que ela descobriu um diário onde o acusado relatava tudo. “Foi aí que consegui juntar provas, procurei ajuda e denunciei. Mas até hoje a minha vida ainda está dos avessos”.

Rosana Leite destaca que a tendência é de aumento para crimes de estupro contra mulheres este ano e afirma que o Estado precisa avançar em políticas públicas para combate. Segundo ela é muito importante que o Estado melhore o atendimento às mulheres de forma que elas sintam segurança e denunciem. Rosana explica que muitas vítimas têm medo, vergonha e acabam não denunciando. “É possível fortalecer o atendimento com pequenas complementações, além de reforçar, é claro, uma política de respeito à mulher”.

A defensora lembra que é preciso uma mudança de cultura, para que a mulher deixe de ser vista como uma coisa e seja respeitada como ser humano que ela é. “Precisamos levar informação, resolução, estatísticas às escolas. Precisamos cons-cientizar a importância do respeito à mulher”.

Responsável pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher em Várzea Grande, Daniela Silveira Maidel destaca que a polícia tem feito o seu trabalho, mas lembra que é muito importante a colaboração das vítimas que devem procurar a delegacia e denunciar. “É ideal que a vítima denuncie pois assim temos informações para prender o criminoso e também evitar novas vítimas”.

Segundo ela, quando a mulher procura a polícia tão logo quando ocorre a violência é mais eficaz a realização de exames que podem contribuir, muitas vezes, para a prisão do estuprador. “Muitos vestígios e provas desaparecem com o tempo”. Além disso, a delegada lembra que é importante também os exames para poder descartar a contaminação por qualquer doença sexualmente transmissível. “Quando atendemos a vítima ela é encaminhada para exame de corpo e delito, além de receber toda uma assistência médica e assistência social”. 

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