Mato Grosso possui, atualmente, um déficit de 4.461 vagas no sistema prisional. Dados do sistema Geopresídios, mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), revelam que o Estado disponibiliza 6.748 vagas, no entanto, mantém presas 11.384 pessoas.
A pesquisa, feita com base em avaliação de juízes de execução penal em inspeções realizadas nas unidades prisionais, mostra ainda que a maior parte das 73 cadeias de Mato Grosso está em situação regular. Outras 16 foram avaliadas em estado péssimo. No total, 10 unidades prisionais foram classificadas como ruins e outras 10 como boas. Nenhuma foi avaliada como excelente.
A situação do presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, em Sinop, foi classificada como péssima. A unidade tem capacidade para 326 presos, mas abriga, atualmente, 814. A cadeia feminina do município, por outro lado, foi avaliada como regular, com vagas para 84 presas (todas ocupadas atualmente). A cadeia de Sorriso foi avaliada como ruim. O local tem capacidade para 96 presos, mas 209 estão detidos.
A unidade prisional Pascoal Ramos, em Cuiabá, foi classificada como péssima e possui o maior déficit de vagas do Estado. O presídio tem 891 vagas, no entanto, 2.207 presos estão no local. Na capital, também foi avaliado em situação péssima o anexo do Pascoal Ramos, conhecido como Polinter. A cadeia pública de Várzea Grande e a unidade prisional Ana Maria do Couto May foram avaliados em situação regular. O centro de ressocialização de Cuiabá, antigo presídio do Carumbé, foi avaliado em boa situação.
A cadeia pública de Alta Floresta foi classificada como péssima, com déficit de 125 vagas (atualmente 190 pessoas estão detidas no local). A cadeia de Lucas do Rio Verde, que tem capacidade para 144 presos e déficit de 124 vagas, também foi avaliada como péssima. A cadeia de Nova Mutum tem 60 vagas e 73 presos, e foi considerada em situação regular. A unidade prisional de Peixoto de Azevedo, que tem 36 vagas e abriga 135 presos, foi avaliada em estado regular também.
A pesquisa avaliou 2.271 unidades de detenção no Brasil e apenas 24 (0,9%) foram classificadas do melhor modo possível. A maior parte (48,5%) dos presídios do país recebeu a classificação regular. Avaliações de péssimo (27,6%) e ruim (12,3%) vêm em seguida, enquanto um em cada dez é considerado em bom estado. Pesaram nesta análise fatores como infraestrutura para acomodação dos presos, lotação e serviços oferecidos assistência médica, jurídica, ensino e trabalho.