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Mato Grosso tem a 3ª maior taxa de estupros do país

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Com mais de 10 mil casos de estupros registrados em 8 anos, Mato Grosso tem em média 1 vítima de violência sexual a cada 6 horas. Só em2016 foram 1.614 ocorrências registradas no Estado conforme dados do 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2017. Em todo o país foram 49.497casos. Segundo o levantamento, Mato Grosso tem a 3ª maior taxa de estupros entre os estados brasileiros, de 48,8 a cada 100 mil habitantes ocupando a 9º posição com mais crimes desse tipo registrados no país no ano passado.

De 2009 até 2016 o aumento nos registros foi demais de 40%. Só em relação ao ano de 2015, o crescimento no número de estupros chegou a quase 9%. Diante desse cenário assustador, especialistas ainda apontam que os números são ainda piores, já que os casos não registrados ainda são maiores dos que os que chegam ao conhecimento das autoridades, e que as vítimas, em sua maioria são mulheres, independente da idade.

Apesar do aumento no número de estupros no Estado, o levantamento aponta que Mato Grosso apresentou a 2ªmaior redução no número de crimes violentos letais intencionais (CLVI) contra as mulheres, que incluem as ocorrências de homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Mato Grosso apresentou 97 casos de CLVI, contra 126 casos registrados em 2015, uma redução de 23%. A maior redução ocorreu em Rondônia, com aqueda de 33,9% nos crimes violentos letais intencionais.

Para a coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública, Rosana Leite, os dados mais uma vez demonstram que vivemos em um Estado que ainda tem a cultura “machista”, e que as políticas públicas voltadas às mulheres precisam avançar. Rosana lembra que o aumento no número de registros de casos como estupros, assim como também em razão da diminuição em outros crimes, vem como consequência também do avanço no movimento das mulheres na luta pelos seus direitos e na cobrança de justiça contra crimes cometidos contra elas, mas que apesar desse crescimento esses números ainda não são nem mesmo a metade da violência sofrida, já que os casos de subnotificação são maiores.

“Com certeza temos avançado, mas essa realidade ainda está distante da ideal e é muito triste pensar que muitas mulheres ainda optam por não denunciar os casos de violência e abuso”.

A defensora destaca que caso o Estado, que já é referência na aplicação da Lei Maria da Penha, investisse mais no atendimento às mulheres vítimas, os dados poderiam ser ainda melhores. Porém, ela lembra que temos muito a avançar nesse sentido. Como exemplo cita a questão das delegacias para mulheres que no Estado apenas Barra do Garças possui uma exclusiva.

“É vergonhoso que Cuiabá, sendo uma capital, não tenha uma delegacia específica para mulheres. Desde2010 não temos avançado nesse sentido no Estado”.

Na capital houve uma queda de quase 9% nos crimes de estupros. Foram 353 casos no ano passado, contra 385 em 2015. Apesar da queda, Cuiabá ficou com a 3ª maior taxa de estupros a cada 100 mil habitantes, que foi de 60,3. A taxa da capital é maior que a estadual, e chega a ser quase 3 vezes maior que a registrada nacionalmente, que foi 23,5 a cada 100 mil habitantes.

Em relação aos dados de feminicídio, o levantamento tem apenas de 11 estados, onde 533 casos foram classificados como feminicídio. Mato Grosso é um dos que não informou os dados.

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