Técnicos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente estão finalizando a matriz contendo propostas de ações conjuntas visando à prevenção e combate às queimadas nos Estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre. Entre as ações previstas na proposta estão o cadastro, monitoramento e vigilância nos assentamentos e vigilância de saúde.
As propostas foram discutidas durante a 2ª Oficina Pré-Seca, realizada no Acre, entre os dias 11 a 13 deste mês. O evento, organizado pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), teve o apoio das Secretarias de Meio Ambiente do Acre e de Mato Grosso e reuniu técnicos de órgãos públicos federais, estaduais e municipais de Mato Grosso, Rondônia e Acre.
Cerca de dez técnicos de Mato Grosso – da Sema, Secretaria de Estado de Saúde, Incra e Ibama – participaram do evento. O objetivo da oficina foi unir os órgãos responsáveis pelas ações de controle, prevenção, pesquisa e fiscalização dos três Estados para traçar estratégias eficientes que evitem as queimadas. Isso porque nesses Estados, o período de seca é uma ameaça à propagação do fogo.
Outro enfoque da oficina foi o tema ‘recursos hídricos’, com a discussão da navegabilidade dos rios da Amazônia Ocidental.
Segundo o analista ambiental da Sema, André Luís T. Baby, que participou do evento no Acre, durante a oficina foi estabelecido um cronograma de atividades, incluindo a formulação de planos de trabalho para nortear ações efetivas nos três Estados.
Como resultado das discussões algumas prioridades já foram definidas pelos técnicos como a reativação ou fortalecimento dos Comitês Estaduais de Prevenção às Queimadas. No Acre, por exemplo, o comitê atua constantemente desde 2005. Em Rondônia, o comitê foi criado em 2004, mas a atuação concentra-se atualmente apenas no combate ao fogo e em Mato Grosso, o comitê está em fase de reestruturação.
Outra ação definida como prioritária pelos técnicos foi o levantamento das redes de monitoramento da qualidade do ar. Nesse sentido, o Sipam irá contribuir com as instituições definindo quais os tipos de análise serão necessárias para o controle da qualidade do ar e o planejamento de uma rede de monitoramento que consiga abranger os três Estados. Também foi discutido o uso da tecnologia na detecção das queimadas.
Além do grupo de trabalho que tratou das queimadas, outro grupo se voltou para a questão dos recursos hídricos com a definição de prioridades como o monitoramento da qualidade e quantidade das águas nos rios.
PREVISÕES – De acordo com previsões do Sipam, anunciadas durante o evento no Acre, o período de estiagem iniciado neste mês de junho terá dias bem mais secos que em anos anteriores nos estados de Acre, Rondônia, Mato Grosso e Tocantins.
Os meteorologistas do Sistema de Proteção da Amazônia explicaram que o início do período de estiagem no sul da região amazônica ocorre com a entrada de ar frio no interior do continente. Nesse período são previstas temperaturas um pouco abaixo das médias no Acre, Sudoeste e Sul dos Estados de Rondônia e Mato Grosso, com entradas de friagens mais intensas nestas regiões.
Segundo os meteorologistas, desde o início de 2008 as chuvas têm ficado abaixo da média nessas regiões, mesmo no período chuvoso. Com o início da época seca, a situação pode ficar crítica, já que também agora as chuvas poderão ficar abaixo da média.
Eles alertam no entanto que ainda não há parâmetros para afirmar se que a seca deste ano vá ser igual ou pior que a de 2005 mas recomendam o monitoramento das condições climáticas para que os órgãos ambientais façam ações preventivas.